Mariano Soltys
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Textos
Números místicos na Bíblia e seu aspecto secreto e de acordo com cabala
 
            “Disse-lhes Jesus: Trazei alguns dos peixes que agora apanhastes. Entrou Simão Pedro no barco e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes” (João 21:10-11)
“No meio da sua praça, e de ambos os lados do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são para a cura das nações”. (Apo. 22:2)
“A ti, ó Deus, cantarei um cântico novo; com a harpa de dez cordas te cantarei louvores” (Sal. 144:9)
“Jesus, pois, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão; e era levado pelo Espírito no deserto, durante quarenta dias, sendo tentado pelo Diabo. E naqueles dias não comeu coisa alguma; e terminados eles, teve fome”. (Luc. 4:1-2)
“E perguntou Abimeleque a Abraão: Que significam estas sete cordeiras que puseste à parte? Respondeu Abraão: Estas sete cordeiras receberás da minha mão para que me sirvam de testemunho de que eu cavei este poço”. (Gen. 21:29-30)
“São estes os sete olhos do Senhor, que discorrem por toda a terra”. (Zac. 4:10)
 
 
            Quando lemos a Bíblia, percebemos uma quantidade quase infindável de referências numéricas, e isso desde o Gênese até o livro de Revelação, e não raro passamos batidos pelos números, dando muita importância ao sentido literal e moral de alguns versículos, sem contudo nos atentarmos para os números. Muitos autores se referem a isso como códigos cifrados na Bíblia, e assim ela nos guarda sempre um sentido mais profundo e quase esotérico. Para desvendar isso trabalham muito cabalistas, que através de certas operações numéricas e somas, por uma ciência que se chama Gematria, acham significados extras em passagens, bem como relações antes não percebidas, haja vista a tradução não mostrar o mesmo que o hebraico. Para tanto, se formos ver os números, poderíamos usar de muitas chaves para interpretá-los, ainda mais quando reduzidos teosoficamente (somados e colocados em uma unidade). Por isso não basta inventar uma ciência numérica, uma vez que as regras já estão na tradição, e mesmo nos pensamentos das ciência antigas.
            A começar, podemos pensar em um livro que é por excelência numérico, que é o Sepher Yetzirah, e que nos remete a criação e as 22 letras hebraicas. Assim quando vemos a referência ao número 12, percebemos as 12 letras simples, que lá são bem identificadas. Também ao número 7, vemos as 7 duplas, e ao três, as letras-mãe. Mesmo no Nopo Evangelho, há alguns números enigmáticos, como a quantidade de peixes que Jesus na pescaria, o que resultou em 153 peixes. Esse número, segundo alguns autores, refere-se ao homem fatorial 5, pois 5!+4!+3!+2!+1!=120+24+6+2+1=153. Tal número se relaciona a percepção sensorial e extrassensorial. Mas o número 12 (Tribos de Israel, Apóstolos etc), seria também uma referência as constelações dom zodíaco, como está colocado no Zohar.
            Talvez o número mais citado e considerado mais místico seja o 7, uma vez que se relaciona muitas vezes ao próprio Senhor (IHVH), as igrejas e características espirituais. Na verdade o 7 integra um ternário superior a um ternário inferior (3+1+3), formando disso uma estrela de Salomão. A sexta sephira da cabala é Tipheret, que poderia ser relacionada a Cristo, ao Sol e a beleza de um equilíbrio de outras sephirot.  A sétima sephira é Netzach, vitória, sendo o triunfo do iniciado ou batizado com Espírito Santo. As festas nupciais de Salomão duravam sete dias. E vários prenomes femininos do antigo Testamento encerram o número 7. Por fim, no Apocalipse se fala em sete Igrejas, selos etc, e o número nos a união do ternário e do quaternário 3+4, exemplificado na oração do Pai Nosso. Também temos sete veículos de consciência e ainda podemos pensar nos 7 planetas mágicos, ainda resultando nos dias da semana.
            A harpa de dez cordas é uma referência a árvore da vida cabalística, com suas 10 esferas, e ao que o Sepher Bahir fala em que Deus criou com dez pronunciamentos. O 10 pode então se relacionar a música das esferas, e a relação que há entre o absoluto 1 e o que retorna e este (10), e ao tetraktis dos pitagóricos 4+3+2+1. A décima sephira é então malkut, o Reino, onde se materializa as dez qualidades das outras esferas. O Sepher Yetzirah fala em dez infinitos, e ainda temos os dez mantamentos como o cerne da Lei. Outro número que é confusamente interpretado de forma literação é o 40, se referindo aos 40 dias. Na verdade, marca um tempo de purificação, como ocorreu no dilúvio e no deserto, e assim os 40 dias filosóficos da alquimia.
            Já o número que mais atrai alguns místicos é o número do homem, o dito 666, que alguns entendem ser o 616. Na verdade, o número é por ocultismo o referente a quadrado mágico do Sol, e logo Σ36. Os números do homem se relacionam a n2+1, para tanto resultando em redução teosófica de 9. Assim, 666=6+6+6=36=3+6=9. Também o número é citado apenas como um código da época relacionado a Nero, ou César Nero.  Não se relaciona ao Diabo, pois o número desse é 15 (décima quinta carta do Tarô, Baphomet ou Tifão). Também Yeheshua (Jesus) soma 666, o que coloca um pouco em dúvida ter o número por maligno em todos os sentidos. Parece ser uma referência solar e ao uso dessa energia, que pelo homem pode ser animalesca (Besta), e que por outro lado em Cristo-Solar é uma energia construtiva. Já falamos nas bestas ou animais, que antes de Apocalipse já eram tratados por Ezequiel, e que são explicados no Zohar, não nos inclinando para um sentido político, de seita religiosa ou sem base nas ciências antigas. Para tanto esse artigo já demonstrou um prelúdio dessa consciência superior de nossos profetas, e que resulta que nenhum número foi usado sem algum sentido, e nem os nomes colocados sem um aspecto secreto.
           
 
 
           
 
 
           
 
 
Mariano Soltys
Enviado por Mariano Soltys em 30/07/2014
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