Mariano Soltys
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A figura do mestre ao longo dos tempos

 
Comemoramos nessa semana o Dia do Professor, dia 15, e quase sempre lembramos com alegria de nossos educadores, em especial daqueles que tanto nos ensinaram sobre a vida, sobre as ciências e tantos outros saberes. Sabemos que estudaram muitos no magistério. Magistério vem da palavra magister, que se refere a mestre. Parece que a figura do professor ou mestre teve grande importância na Grécia antiga, e que ao longo dos tempos as coisas foram se modificando, ficando mais democráticas.

Primeiro que mestre vem da palavra magister, como falamos, e assim aquele que sabe três vezes mais. Assim o professor não é o dono da verdade, e muitas vezes são os alunos que mostram a linha do que será estudado. Já a palavra aluno é negativa, já que significa a-luminem, sem luz, como lembrou Minikovsky, e assim não identifica essas pessoas em estado de desenvolvimento. Essa visão limitada está onde o estudante não é tratado em individualidade, e daí de se usar o uniforme, uniformizar. A diferença é que o aluno apenas assiste à aula, e o estudante participa da aula.

Parece que o professor começou na Grécia antiga, com a figura de sábios, os filósofos Sofistas, e eles ensinavam de acordo com as exigências dos alunos. Eram mal vistos, justamente por serem remunerados. A atividade do mestre naquele tempo era vista como algo de honra, e não sujeito a remuneração. Havia assim os ginásios, onde se ensinavam os meninos a respeito da literatura, ginástica, poesia, oratória e demais saberes necessários naquela cultura. Lia-se Homero e as meninas não estavam inseridas nesse sistema, a não ser em Esparta. Outros filósofos fundaram escolas, como a Academia. Os Sofistas foram criticados por não terem muito pátria, e por ensinarem de acordo com necessidades, usando de argumentos que se encaixassem com interesse, e não com busca da verdade, como depois Sócrates defendeu.

Já em Roma vemos a figura de Sêneca, filósofo, onde o mesmo era tutor do que seria o imperador Nero. Assim, esse nobre homem ensinava ao menino a virtude, a sabedoria, e em especial a clemência, espécie de misericórdia ou benevolência. Portanto, em livro com mesmo título: “A Clemência”, Sêneca fala dessa tarefa de educar Nero. Isso se referia a ter clemência para os criminosos, uma vez que ele entendia que podem estes voltarem ao estado de inocência. O jovem ia sendo educado em medidas de paz e perdão. Essa seria a virtude da autoridade. A figura desse professor foi positiva, mas não teria muito impacto numa cultura violenta como Roma daquele tempo.

Vemos que professores ainda hoje, mesmo sem querer, fazem algo parecido a Sêneca, eles ensinam as virtudes. Esses valores são absorvidos pelos estudantes, que aos poucos vêm na figura do professor algum exemplo. Mostram assim perspectivas de futuro, uma vez que hoje até para se operar máquina em fábrica se necessita ter ensino médio. Claro que existem alunos rebeldes. Esses podem ser os mais inteligentes. Talvez apenas não consigam acessar aquela forma da escola para mostrar sua inteligência. Provam por outro lado a inteligência em atividades marginais. Mas bom se tente recuperá-los, uma vez que a educação é melhor que a cadeia.

Por fim, notamos que hoje a escola está mais democrática, e que o professor tem de ser um meio para estudante aprender, e não dono da verdade. Também que professores devem ser valorizados, mesmo feitas estátuas em sua homenagem, e que cada vez mais se valoriza a diversidade e a inclusão, fazendo de todos participantes ativos na educação. A educação ainda é o meio mais seguro de desenvolvimento humano. Tristemente hoje sofrem os professores com estresse e transtornos de humor, e que assim vão se afastando da carreira. Esperamos que os mestres retomem seu posto.

 
Mariano Soltys
Enviado por Mariano Soltys em 17/10/2014
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