Mariano Soltys
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NICOLAS MALEBRANCHE (1638-1715)
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Nicolas Malebranche nasceu em 6 de Agosto de 1638, em Paris, França, filho caçula entre 11 irmãos, de Nicolas Malebranche, que era secretário do Rei Luís XIII. Possuía uma deformidade ou desvio na coluna, de origem congênita, que não possibilitou ele entrar na escola, de modo que antes foi educado por um tutor ou preceptor, depois sendo matriculado no colégio “De La Marche”, onde estuda filosofia e em teologia em Sorbona. Jovem ainda, com dezesseis entra para a Congregação do Oratório (Confœderatio Oratorii Sancti Philippi Nerii), Ordem de São Felipe Neri, após perder os pais, e em 1664 é ordenado padre. Lá não lhe dão muitas tarefas, por causa de seu problema na coluna, assim ele tem tempo e energia para se dedicar ao trabalho intelectual. Também o governo antes tolerava o protestantismo, mas com a mudança de poder, e não mais tolerado, fica a tarefa de Malebranche doutrina fieis vindos do protestantismo. Muito influenciado por Agostinho, bem como por neoplatonismo, o que faz seu pensamento parecer um tanto panteísta, e em certo modo antecipar outros, como Espinosa, fato é que teve grande transformação ao conhecer uma obra Sobre o Tratado do Homem, de Descartes. Adota assim o método cartesiano em seus escritos. Sua principal obra foi A Busca da Verdade, e desenvolveu, não criou, o ocasionalismo. As ideias de ocasionalismo estavam em Louis de la Forge, Gerard Cordemoy, Johan Clauberg e mais ainda em Arnoud Geulincx. Mas foi Malebranche quem mais desenvolveu a ideia que apenas agimos através de Deus, que a vontade é de Deus, que quando escrevo, é por Deus que o faço, e que o corpo não se relaciona com a alma, e nem entre corpos, mas Deus faz essa ação. Tudo está em Deus. E mesmo como ele diz, o mal quer nosso bem. Não temos assim pleno conhecimento de Deus, nem da alma. Alma e corpo são como dois relógios sincronizados, mas regulados por Deus. Retira o livre arbítrio do homem. Quem faz as coisas é Deus. E a vontade é de Deus. Os corpos nem agem sobre a alma, nem interagem. A alma tem união direta com Deus e está separada do mundo. O que conhecemos é só a ideia. Deus revela para nós os corpos. Deus nos revela até a dor, e não o corpo diretamente. Assim critica as filosofias que tentaram a relação corpo e alma, sem intervenção de Deus. O pecado original foi o enfraquecimento dessa união da alma com Deus. Para ele, devemos observar os erros por três formas: sentidos, imaginação e entendimento. Disse que a imaginação é a louca da casa. Deus é causa eficiente. Também Deus produz os males naturais do mundo. Malebranche influencia de certa forma Berkeley. Já Schopenhauer teria dito que ele expõe algo desconhecido por algo ainda mais desconhecido. Malebranche foi também cientista, chegando a fazer discurso sobre a cor e a luz em Academia Real de Ciências, escrevendo também sobre as leis do movimento e sobre matemática. Também ele era contra a escolástica e mesmo alguma coisa de Aristóteles. Tudo se resolveria nessa ocasiões, em que Deus estaria agindo. De certa forma temos algum conhecimento das coisas, ficando uma crítica a esse autor, mas não talvez pela consciência objetiva, mas sim por modos mais profundos de consciência. Não apenas de uma alma e um corpo, mas de diversos veículos de consciência, esse jogo seria feito, e três partes mais elevadas da alma estariam com Deus, ou na Sua Alma. Claro que esse mesmo Deus está em todo o lugar, e que assim nos revela um panteísmo. Claro que por essas almas ou alma: atma, manas e budhi, estaríamos ligados a Deus, ou mesmo seríamos Deus, já iluminados. Malebranche chega muito perto da doutrina esotérica nesse sentido. Sua alma parece aquela centelha, a rosa no coração, um átomo centelha ou semente, que sobrevive e se liberta de limitações de corpo material. Mas nem por isso estamos totalmente separados disso, e sim podemos conhecer e evoluir. Nesse sentido erra quando diz que não podemos conhecer, uma vez que Jesus nos serviu de modelo de imitação que é possível conhecer e mesmo estar com Deus, e ser um com Ele. E o pecado original foi uma queda vibratória ou dimensional, nessa esfera que chamam os cabalistas de Assiah, e que na oração de Salomão ele chamou de trevas de Assiah, e por isso ligada a dor, suor do rosto, consciência de um mundo material. Por sermos imagem e semelhança de Deus em origem, podemos conhecer, mas na queda deixamos de conhecer Deus e as coisas. Com Cristo temos nossos olhos abertos e ouvidos para ouvir, e assim somos libertados dessas limitações a que falou Malebranche. Ele falece em 13 de Outubro de 1715, com 77 anos, também em Paris.
Mariano Soltys
Enviado por Mariano Soltys em 24/04/2016
Alterado em 25/04/2016
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