Mariano Soltys
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TOMÁS DE AQUINO (1225-1274)


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Tomás de Aquino nasceu no castelo de Roccasecca, próximo a Aquino, em 1225, tendo uma vida dedicada a estudos e meditação. Estudou de início na Abadia de Montecassino, assim com monges beneditinos, e depois fugindo de casa, contra a vontade paterna, ingressou na Ordo Praedicatorum, a Ordem dos Pregadores ou Dominicanos. Era a escola de vanguarda naquela época. Tomás foi o maior dentre os chamados doutores da Igreja, sendo que sua maior obra é a Suma Teológica. Estudou em Paris com outro grande, Alberto Magno, de onde tirou boa parte de sua doutrina, este último também tendo escrito uma Suma Teológica. Chegou a conversar com o robô de Alberto Magno, mas raivoso com respostas, destruiu esse robô com cajadada. Foi apelidado de boi mudo, mas Magno o defendeu nesse sentido, reconhecendo já na época seu potencial. Ainda na escola, era tão concentrado em assuntos das Sagradas Escrituras, que um dia amigos fizeram uma brincadeira, dizendo a ele que fora existia um boi voando – Tomás foi verificar não duvidando da afirmativa de colegas, dizendo que era mais fácil um boi voar que um monge mentir. Fato é que ele se tratava o que hoje pode se chamar de um obeso, tendo inclusive uma adaptação em mesa para encaixar seu abdome saliente. Estudou também em Colônia e coltando a Paris, e recebeu o título de Doutor. Chamado de Doutor Angélico, haja vista grande quantidade de referências e estudos sobre os anjos. Na Itália lecionou em Roma, Viterbo, Orvieto e Agnani. Também não muito sabido, mas lembra Pizzinga que Tomás era responsável pela disciplina do rito de exorcismo (Ritus Exorcizandi Obsessos a Daemonio), sendo que entendia que qualquer homem ou mulher de conduta santa poderia exorcizar Satanás. Também teve extensa obra, em torno de sessenta títulos, isso sem falar que a Suma Teológica já equivale a um Talmud católico, espécie de enciclopédia de teologia. A base desse trabalho é a escolástica e principalmente o filósofo que é a todo o momento evocado: Aristóteles. Doutrina também importante foi as 5 vias que levam a Deus, provas sobre a existência de Deus. Também fala dos demônios e de sua soberba, e por não aceitarem a Graça, mas acharem-se salvos meramente por sua virtude. Fala do capítulo de Isaías o interpretando como a queda de Lúcifer com seus anjos. Mas na vida e no cotidiano ele via anjos por toda a parte. Sua grande contribuição foi ter feito uma junção da doutrina cristã e do aristotelismo, o que parece a princípio estranho, pelo materialismo e realismo do filósofo grego. Defende assim a razão. Também no que tange a ampliar a capacidade de operar o exorcismo, talvez reconheça o Cristo Cósmico, não pertencente a uma determinada condição, e mesmo a força da santidade, que revela uma vibração bem diferente daqueles que chamavam de demônios. Já sobre as vias, parece repetir um pouco outros filósofos medievos, como tratar da perfeição divina, o que já fez antes Anselmo de Aosta, adaptando o Primeiro Motor de Aristóteles, que era antes uma ideia ou abstração, e não bem um Deus humano ou encarnado, e nem mesmo tanto um theos, para o pensador grego. Sobre a Inteligência Ordenadora, ou quinta via, há um progresso e parece muito um Demiurgo ou mesmo Anima Mundi, senão Nous, que estes sim têm características divinas, mas não parecem sem a totalidade do Absoluto, uma vez que seria temerário colocar apenas a pseudoordem material, que é mais macrocósmica que microcósmica, como revela a mecânica quântica, como Deus absoluto, que estaria antes além da matéria. Antes causas segundas fazem muito do papel dessas vias, mas o que poderia colocar em xeque o monoteísmo ou mesmo a doutrina da Trindade. Sobre os combates as heresias, já tratamos que isso era mais política que uma defesa fundamentada e comprovada, com exceção de alguns absurdos de algumas seitas. Fala que os anjos não pecam, o que é estranho em se pensando em anjos caídos ou daimons. Também em um limbo de crianças, o que pode até ser em almas pouco evoluídas. Sobre pena eterna, de interesse que fala que ela perdura enquanto perdurar a desordem (deixaria de ser eterna?). Esse absurdo de pena eterna. De positiva a doutrina do purgatório, que explica certos níveis do astral. Fala no absurdo de que crianças sem batismo nunca verão o Reino, interpretando o renascer como batismo, o que é falso. Mas Tomás é tido como um hermetista também, citado por Papus como da tradição hermética, em sua listagem. Ele conseguia ler pensamentos. Mas em 7 de março de 1274, Tomás foi morre no Mosteiro cisterciense de Fossanova, quando se dirigia a Lião. Ainda no leito de morte encontrou forças para falar aos monges sobre o livro da Bíblia denominado Cântico dos Cânticos. O corpo de Tomás está localizado na Catedral de Toulouse, França.


 

Mariano Soltys
Enviado por Mariano Soltys em 11/08/2016
Alterado em 18/03/2024
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