MEMÓRIA DO FUTURO – NOVELA –PARTE 41
MEMÓRIA DO FUTURO – NOVELA –PARTE 41
Eu estou bem. Vejo que esse mês foi um dos melhores de minha vida. Tive bastante trabalho e minha mulher me deu atenção. Assim MS estava bem humorado e contemplava as coisas da modernidade. Os carros voadores, as lanchas-submarino em formato de tubarão, os robôs que fazem de tudo, os galpões de realidade virtual, as baladas permanentes, as pessoas com roupas transparentes etc. MS fica maravilhado. O computador que controla tudo está cada vez mais perfeccionista. Cada segundo é calculado, cada ato é cronometrado. MS também ganhou uma numeração no punho, ele agora pode comprar e vender. Também ali está sua duração de vida pelo DNA: mais uns 100 anos. MS elogia Tina e faz poesias. Ela o abraça e ficam coladinhos. O tempo passa, as flores da primavera brilham em seus olhares. Tina e MS namoram na eternidade, onde perfumes não passam, onde carinhos não se cansam de acariciar. Ar está poluído, mas às vezes é bom procurar uma floresta. No Brasil ainda se encontra. Já se perdeu a conta de quanto já se destruiu. MS e Tina foram passear, viajar, e observavam as coisas belas da arte e da natureza. Ela de vestido rosa, ele de preto. Ela beijando seu queixo, ele o seu pescoço. Cabelos morenos agora estavam em Tina, brilhando lisos e macios. As meninas vieram junto. MS brinca com as filhas, uma ele leva no colo, e Tina de mãos dadas com a outra. Ketlin de verde e Celestine de roxo. Uma fala pouco, outra muito. Uma corre sem parar, outra corre pra parar. Gêmeas, uma sabe da outra, ambas tem seus olhos e olhares sempre compenetrados. MS agora dedica muitos momentos as meninas. Até brinca de boneca com elas, boneca-robô. Esse brinquedo fala, anda, escuta, aconselha, briga. Celestine já deu um chute em uma. Falou demais o brinquedo, ninguém aguenta. Foi ao concerto, bastou reprogramar sua personalidade. A boneca estava assim nova de novo. Os quatro assim passeavam pelo parque, brincavam em coisas holográficas, sorriam no colorido que tomava o seu dia. MS dita u livro, agora não precisa mais escrever. Lembra daqueles tempos em que passava o dia escrevendo, de seu amigo CIM, outro pensador. Lembra dos programas de rádio e de televisão. Agora sua memória estava no presente. Presente todo dia ele tem ao ver as suas queridas filhas. Sempre divide beijos, e abraços e assim ama duas vezes. Conta historinhas todos os dias, já sabe de cor algumas. MS tem um motivo para desejar a eternidade dessa vida. Não mais compensa suas frustrações em guloseimas. Agora suas filhas mal dão o tempo para as refeições. Elas gostam de uma história de dois irmãos gêmeos robôs. Elas se identificam com esse conto. Meninas espertas, têm o corpo da mãe e o coração do pai. Uma gosta de doce, outra de salgado. Mas ambas sempre dividem as coisas, sempre dividem o tempo juntas. Inseparáveis, tem duplo mimo, pois Tina leva elas até na academia. As pessoas se exercitam sem pensar, apenas basta colocar eletrodos na cabeça e o corpo se mexe sozinho. Mesmo assim existem muitos obesos, escravos da rede social Happy e de fantasias e imaginações. MS dorme e acorda sorrindo, coisas que não fazia quando do passado. Com suas lindas filhas e sua linda esposa, acha-se um homem satisfeito. Nada mais precisa. Até resiste as investidas das mulheres do futuro, que dominaram o mundo e tomam iniciativas. Para ele é fácil ser fiel. Sempre teve muito autocontrole e um entusiasmo regular. MS ama Tina quando ela quer, no mais cuidas das meninas, da cachorra e da gata. Fica às vezes com um robô jogando futebol. Agora com novo coração ele pode andar de bike. Tem bicicletas com pneus magnéticos e se pode andar em pistas sem precisar guiar. Pedalando o dia ele corre na ciclovia da vida. MS com suas meninas, Ketlin e Celestine, sorrindo a vida que renasce.
Mariano Soltys
Enviado por Mariano Soltys em 19/10/2012