LETRA
LETRA
Aqueles que acharam que precisariam de tempo para
decifrarem a minha caligrafia,
Infinitamente mais tempo demorariam para decifrarem a
mim mesmo...
O enigma que elaborei nem eu mesmo consigo decifrar,
em pouco tempo,
Pois o tempo para mim é outro, é outro tempo, e a vida
para mim, é outra vida...
(Matusalém viveu pouco em comparação às minhas
reflexões sobre a vida)
Ó signo de perfeição! O signo que encerra em teu olhar,
comove-me, impressiona-me,
Pois escrita nenhuma foi assinada com tamanha
originalidade e "graça".
Rabiscando os meus rabiscos, coloquei a marca
indeletável da minha pontuação, da minha ponta...
Não sucumbi no treinamento, não segui o padrão, fui um
descumprimento.
A regra me disse para seguí-la, passo a passo, mas meus
pés eram outros,
Talvez melhor fosse seguir a mim mesmo, para que não
fosse outro, fosse negação.
Letra a letra, eu preferi escrever livre, feito semelhante à
alucinação...
A letra minha é espírito e vida, pois feito sangue
imprime-se pela página,
A página não é comum; antes fosse! Esta é sim algo de
invisível ou metafísico...
Escrevendo meus escritos estranhei o estrago da estrela
que construí para poucos, pois foram poucos entendidos.
Mariano Soltys
Enviado por Mariano Soltys em 18/03/2013