Mariano Soltys
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AVATAR e o simbolismo iniciático
AVATAR e o simbolismo iniciático

A maior parte dos filmes e contos de fada,
bem como sagas e assemelhados conta uma história
padrão. É o caminho iniciático, percorrendo
inúmeras dificuldades para se encontrar o céu ou
paraíso. Avatar não é diferente. Apesar das críticas
positivas que já o filme recebeu de inúmeros
cinéfilos, bem como de sua qualidade impecável de
imagem e som, além da qualidade extraordinária da
versão blueray 3D, resta o seu simbolismo. O filme
deslancha pela criatividade e pelo bom gosto de
sempre de James Cameron, o diretor de Titanic,
Exterminador do Futuro e tantos campeões de
bilheteria.
O protagonista Jake assim deve vestir o seu
avatar, mas não sem antes passar por uma prova de
morte simbólica, o que se vê bem claro nas câmaras
a que tem de entrar a fim ingressar nesse mundo
dos avatares, seres maiores e mais ágeis que os
humanos, que vivem em perfeita harmonia com a
natureza, em dimensão holística. Esse rito se opera
em muitas culturas e em especial no xamanismo,
onde esse mundo astral ou espiritual, verdadeira
dimensão paralela, é acessada e compreendida, a
fim de se perceber que a morte não passa de mera
passagem para uma outra forma de vida, além de se
conhecer o mundo invisível. A transformação do
protagonista se faz pelo progresso de ganhar pernas
(ter liberdade e vontade...) e ao conhecer sua
contraparte feminina, a bela Neitiry, avatar por
natureza, e não por incorporação. Ela assim dá a
síntese de yin e yang, ou do sol e da lua, uma visão
alquímica.
A bela Neitiry assim leva Jake a sua cultura, a
sua cosmovisão. Ele se vê inserido em uma missão
militar (profana) e por fim vai contra a mesma, se
tornando verdadeiro iniciado (pois iniciado significa
o que nasceu duas vezes). Ao longo desse
simbolismo iniciático passa por caminhos de outros
elementos, como o da água, o do fogo e ar
(simbolizado no dragão, que é resumo dos 4
elementos. As dificuldades ao longo do caminho são
os graus de progresso nessa senda e o herói acaba
por se revelar a cada momento a favor do mundo
avatar, pelo sacrifício (da cruz ou corpo...) em prol
da humanidade (Sol que ilumina a todos...). Toda
essa simbologia pode ser enquadrada nas esferas da
árvore da vida da cabala, que pode ainda ter
analogia com planetas e divindades antigas, ou
mesmo anjos e santos da cultura judaico-cristã.
Avatar é um filme assim que soma todo esse saber
em uma nova mitologia, claro que reproduzindo um
saber semelhante ao da Atlântida, através de terras
flutuantes e dragões, bem como uma civilização
aparentemente perfeita. Pareceu-me quando o vi
pela primeira vez que foi uma homenagem a povos
indígenas, e crítica a cultura do homem branco e
suas máquinas, mas vi que ambas têm seu progresso
e evolução, e que a alma do homem se inicia mesmo
na escola da vida, para por fim encontrar a
iluminação.
Mariano Soltys
Enviado por Mariano Soltys em 27/05/2013
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