Mariano Soltys
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Papa da humildade e juventude
 
 

            Vemos na semana o novo Papa desembarcar no Brasil, trazendo consigo a tradição cristã e o clima europeu. Presenciamos assim neve e frio em grande parte do país, mas o calor da fé supera tudo e a juventude tem um bom caminho a seguir. Na Jornada Mundial da Juventude, que ocorre no Rio, há um movimento muito positivo, sob vários pontos de vista. Por outro lado, sabemos por pesquisas que o Brasil é o quinto lugar no número de mortes de jovens. Jovens morrendo por vários fatores, pela criminalidade e por vícios. Sabemos que a falta de religião acarretou uma falta de norte ético, e isso implica em diversos atos perigosos à manutenção do equilíbrio social. Mas um Papa humilde, Jorge Mário Bergoglio, que tantas vezes lutou em favelas argentinas, acaba por trazer consigo uma nova esperança. Suas lições de simplicidade e fé são exemplo à juventude. E haja fôlego, ainda mais que o Papa possui apenas um pulmão. Na missa ele lembrou que o cristão tem de ser feliz, e dar esse testemunho de alegria.
         O que está surpreendendo é o comportamento do Papa, pela simplicidade. Nega regalias, anda de ônibus, em carros simples e abertos, usa vestes sem ouro, nega usar apartamento que comportava 300 pessoas, defende uma maior ética em Roma, em especial com punições mais severas para pedofilia e reforma finanças. Vemos que a vida de certos jesuítas, bem como de franciscanos, se revela missão de grande renúncia do mundo pela fé. E ele é formado em química e estudou psicologia, o que revela ser uma pessoa de intelecto. O que agradou nos discursos do Papa Francisco foi que ele fala em Cristo, e evita a expressão Igreja Católica. Nem seria necessário, uma vez que a expressão significa “universal”, comportando a todos. E é de se admitir que sem a referida Igreja, não existiria cristianismo, pelo menos não na amplitude que existe. Seria no máximo uma pequena seita, e, em muito cooperou em seu crescimento, Constantino. Erros do passado ocorreram, mas isso acabou por resultar na contrarreforma, e numa obra ainda maior por parte de João Paulo II, onde se dialogou com outras igrejas cristãs. Vemos que tradições se mantêm, e que o nascimento do príncipe da Inglaterra ainda tem grande importância, sendo a Igreja um movimento que também carrega uma tradição a ser respeitada. Apesar de que se deve abrir para todos os cristãos, sejam em que religião estejam inseridos.
         As frases do Papa também ganharam fama, apesar de que vemos em muito uma defesa antes da tradição, que de opinião inovadora. Contudo, se deve esperar grande empenho social e político do Bispo de Roma, haja vista suas desavenças com presidente da Argentina, e enfrentamento e diálogo com ditadura. Uma lição para a família atual é dizer que: “Crianças devem ser criadas por um pai e uma mãe”, encontram além de moralismo, uma confirmação da psicologia. Também falar que “um cristão nunca está de férias”, “ninguém é descartável”, “se deve pagar o mal com o bem” e “não trouxe nem ouro e nem prata”, revelam uma real missão cristã, além de meras buscas financeiras e comércio de milagres. A juventude deve ter mesmo certa compreensão da ética cristã, e independente da sua escolha no caminho, em muito colaboraria na redução dessa triste estatística de mortandade. Também compreender a fraternidade e exercer mais a caridade, não uma caridade esmoleira, mas um real auxílio das pessoas seria herança existencial dada pela visita do Papa Francisco ao Brasil. E lembrou-se da esperança em Deus na missa de Aparecida, bem como diferença de ídolos como dinheiro e poder, que não dão isso, esse “algo” imaterial. Certamente Papa do povo. Um grande homem que anda igual ao que é falsamente tido por pequeno. E colocar mais água na feijoada para recebê-lo mais vezes.  
 
 
Mariano Soltys, escritor e advogado
Mariano Soltys
Enviado por Mariano Soltys em 25/07/2013
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