Mariano Soltys
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GÊNIOS SÃO GÊNIOS
GÊNIOS SÃO GÊNIOS

Escrevi sobre genialidade em minha obra Reflexões Gerais, e lá eu disse que não é apenas inteligência, mas um dom. Chamei de “exceção da exceção” e encontrar a “verdadeira natureza”. Assim são pessoas especiais, como Pelé, Garrincha e tentos outros gênios da bola. Lembramos de várias copas e seus gênios, como os dois Ronaldinhos, Romário, Bebeto, Branco, e até mesmo Dunga, que liderava o time de dentro de campo. Mesmo Denilson, goleiro como Taffarel, e muitos são lembrados pelo seu talento, que em momentos decisivos virou um jogo ao contrário, salvou uma partida ou fez um gol decisivo. O que vale é que mesmo em momento de crise um gênio não perde a genialidade, e mesmo que um Messi ou um Kaká estejam meio de jejum, sabemos que logo vem suas jogadas extraordinárias. E por isso talvez Kaká mereça ainda estar na seleção.
Uma crítica sempre feita pelas pessoas é em vista a vida pessoal dos jogadores. Acho uma bobagem, uma vez que jogando bem em campo, não vejo o porquê de jogadores deverem ter uma vida sacerdotal fora do campo. Lembro da vida de Sócrates, e de tantos gênios, que fora de campo tinham suas aventura e sabiam curtir a vida, mas dentro de campo cumpriam seu papel. Soube mais na entrevista de “César Maluco”, que passou esses dias na TV (Band Sports), de modo que ele falou na vida de jogador, e nas aventuras em “boates”. Porém disse que no palmeiras nunca foi vaiado, e sempre cumpriu seu papel em campo. Isso que importa, uma vez que observamos em últimas Copas do Mundo uma série de condenações pela vida pessoas dos jogadores, quando o que faltou, no caso de perderem, era jogar bem. E gênios são gênios, sei que jogarão no momento certo. O problema é que jogador perdeu um pouco da humildade, e no dizer de César Maluco, virou artista. Nas antigas o jogador era já marginalizado, chamado de bandido e outras coisas, e hoje vira ídolo quase de cinema. Isso me lembra a filosofia de Nietzsche, que fala em transmutação dos valores, e vemos assim uma mudança de valores, restando que volte aquele espetáculo em campo, para que possamos ter um espírito dionisíaco também na torcida, vendo um time jogar bem.
E há gênio para certa jogada. Geralmente as pessoas apenas pensam no atacante, e vem alguém como Messi, Neymar ou Cristiano Ronaldo, porém vemos a importância de batedores de falta, o que está faltando. Vejo jogos de campeonatos europeus, brasileiro e percebo essa deficiência. Depois de Riquelme, e mesmo Marcelinho Carioca, ou o goleiro Rogério Ceni, percebo que nada surgiu com esse dom. Ainda Cristiano Ronaldo bate bem na bola nesse sentido, mas do mais não temos jogador com o dom. Na seleção brasileira não sei quem escalaria para a função. Lembro do “pé de anjo”, Marcelinho, decidindo várias partidas pelo Corinthians em uma falta. Acho que seria uma boa arma para um time, uma “arte da guerra” eficiente. Outra posição sobremaneira importante é a do goleiro. Vencemos a copa de 1994 numa defesa de pênalti. Lembro do goleiro Dida como um defensor de pênaltis. Falando no assunto, não deixaria craque bater pênalti, acho que é uma função que não se enquadra bem em figuras como Messi, Cristiano Ronaldo e outros. Bons batedores são os zagueiros e goleiros.
Shopenhauer fala no “gênio da espécie”, e mesmo Kant falava em categorias, outros tantos falavam num ideal, e assim percebemos que no mundo da bola também há essa busca de perfeição. Sabemos que um jogar desse pode mudar todo o rumo de uma partida, apesar que presenciamos meio uma crise no futebol. Não se compara ao tempo de Pelé, onde parece que existia uma fábrica de gênios. Parece que cada momento histórico produz seus gênios da bola, umas épocas mais, outras menos. Vemos que nessa Copa de 2014 observaremos talvez gênios surgirem de outras equipes, como um Honda da seleção do Japão, e outros, de modo que assim renovamos nossos conceitos sobre o tema. E observei em copas passadas mais a totalidade do jogo, o esquema, como um fator mais importante que craques. Uma Suécia cobrando escanteio era na época um perigo, e defesas bem armadas também seguravam jogos. Resta então as seleções europeias como as mais focadas em esquemas táticos, e assim sendo grandes potências. Mas novos gênios aparecerão, e os antigos não deixarão de ser, uma vez que gênio é gênio, é a sua natureza e por isso nasceram, por isso deixam suas marcas de estrelas da bola. Desejo que Kaká seja um desses, e que surja essa oportunidade, mesmo numa posição de pouco destaque, como a de um Ramires, que já vem sendo um dos melhores jogadores, pela raça.  


Mariano Soltys
Enviado por Mariano Soltys em 15/01/2014
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