Mariano Soltys
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Por quê às vezes somos mal-amados?

 

 

Recentemente vi em programa de TV um rapaz que tinha um amor virtual, e que pela pesquisa de apresentadores essa mulher o enganava. Assim o rapaz foi junto a equipe conhecer a mulher, que não tinha nenhuma semelhança com aquela que ele havia conhecido. É que pessoas mal-amadas procuram relacionamentos virtuais, mágicos e muitas vezes se anulam. Assim não veem muito a sua frente. As pessoas conquistadoras zoam muito e aproveitam, enquanto os românticos ficam encontrando migalhas de afeto.

Vivemos em um tempo mais realista, porque as pessoas ficam, têm relações eventuais e ainda não se apegam tanto. Isso torna cada vez as relações menos legítimas e sinceras. E quem fala em sinceridade, tem muitas vezes já muitos relacionamentos no passado, filhos e casamentos. Sinceridade se tornou normalizar os erros e enganar sob pretexto de que agora “mudou”. Assim procuram pessoas mais legais, inteligentes, e enganam os mal-amados e inexperientes.

Talvez a lição seja para que nos amemos. Também para que busquemos outras formas de amor, como a caridade e a espiritualidade, muito mais seguras que mera “atração fatal”. E não ter muitas experiências prejudica, e faz do mundo algo muito mágico. A realidade do desejo seria muito mais vantajosa. Por isso que certas pessoas têm relações abertas. Não que sejam imorais, mas que elas reconhecem que não podem prender ou se prender a alguém para sempre. Foi o que chamei de nova moral em um livro.

Mas o amor surge um dia. Geralmente quando o karma está superado. Na maioria é karma. As pessoas sofrem alta porcentagem e têm em troca um pouco de prazer e felicidade. Assim quem enganou em vidas passadas, pode agora sentir o gosto ou viver a solidão. E talvez não sejamos tão vítimas ou inocentes assim. Mas pedir perdão e reviver novas perspectivas faz do amor algo possível. Apesar de que somos experientes na solidão, e que cada dia mais se adaptamos ao nosso tempo, longe daquela época vitoriana, de certo romantismo. Hoje a pegada vale mais que o romantismo.

Por fim percebemos que ser mal-amados, ou pouco importantes, faz que se busque a espiritualidade, e outros modos de vida. Talvez deixe marcas de sofrimento, porém mesmo assim se deve amar, mesmo que se ignorado ou rejeitado. Procurar relações virtuais enganosas, sonhar com quem está com outro, passar muitos feriados sozinha, tudo isso faz parte de um processo maior. Logo as coisas se transformam e o mundo da ilusão (maya) passa, deixando para frente um verdadeiro amor, que é por Deus e pela Sua vontade. E levar menos a sério tudo isso pode fazer com que se perceba que está cumprindo uma missão, e que cada dia mais somos fieis ao que nos propomos na existência, nem sempre fácil.

Mariano Soltys
Enviado por Mariano Soltys em 26/06/2014
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