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Eu imaginava que encontraria o galo de ouro. Isso aconteceu no interior de uma cidade de Santa Catarina, Brasil. Me chamo Futhark e venho de uma família que segue uma tradição muito antiga, difícil de explicar. Essa tradição valoriza muito a intuição. Mas de modo geral resolvemos os problemas das pessoas, com benzimentos, receitas, exorcismos, previsões, curas e mais muitas coisas tidas pelas pessoas como estranhas ou sobrenaturais. Meu bizavô veio da Prússia, e ele acreditava em um Deus chamado Odin. Todo ano ele comemorava a árvore sagrada, nas férias de fim de ano. Meu biza chamava-se Otto e era muito consultado e respeitado, em especial por carroceiros de nossa região, que o pagavam com uma garrafa de cachaça ou com um punhado de madeiras. Ele chegou a aprender umas coisas com os índios da região, como de ervas e o modo de conversar com espíritos dos animais. Já eu ando aprendendo e sou adolescente, sacando ainda muitas coisas. Mas com o tempo a família me ensinou muito, e aprendi a compreender as diferenças.