Mariano Soltys
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Dos erros de opinião das pessoas ditas sinceras
 


 
O filósofo René Descartes escreveu certa vez das opiniões que tinha na infância, e que depois descobriu não serem corretas. Vemos em nossa sociedade, com toda essa informação, que muitas opiniões não são comprovadas, e que quase sempre se baseiam em raciocínios falsos. Existe uma arte para verificar a validade desses raciocínios. Essa arte se chama lógica. Vemos pessoas falando toda a sorte de barbaridades, e sendo descritas como “sinceras” ou de “gênio forte”, quando na verdade apenas têm um gênio equivocado, e nos dão confusões em raciocínios. Isso se revela muito em conclusões baseadas em achismos. Pior ainda se dá com relação a valores, onde se quer colocar uma moral de 500 anos atrás, na sociedade atual, o que é sobremaneira impossível. Do geral são erros de opiniões, dos quais jornalistas muitas vezes não escapam, uma vez querendo divulgar uma “polêmica”.

O primeiro engano está em generalizações e preconceitos, onde se pega uma pessoa e se coloca em todo o grupo. Isso se dá com artistas, jogadores de futebol, loiras etc. Em muito esse raciocínio serve para se formular piadas, mas não para se provar algo racional. Também não se deve exigir uma moral cheia de virtudes de pessoas que vivem em uma sociedade cada vez mais relativista em seus valores, como casamentos eternos ou mesmo uma moral religiosa. Isso serve para grupos que aceitam tal comportamento, e não a uma sociedade livre. Então, as comparações são falsas, uma vez que se pode achar que determinada profissão tenha muitos pares que não respeitam a ética, mas jamais se pode dessa informação, colocar em toda a classe profissional. Não raro vemos pessoas comentando barbaridades e equívocos sobre médicos e advogados. Faço a proposta: retiremos os médicos e advogados por um dia do mundo. Certamente muita gente morrerá ou ficará sem nenhum direito.

Outra bobagem é se entender uma pessoa de boca suja ou cheia de falácias como prova de sinceridade. Essa sinceridade não prova a qualidade de uma pessoa, mas apenas que ela tem vários preconceitos e é intolerante. Talvez prove a intolerância das pessoas que admiram esses formadores de opinião. Pensassem por si mesmos, e avaliassem melhor as opiniões, as pessoas não cairiam em clichês como esses, quando se condenam comportamentos, no caso de artistas ou jogadores de futebol. Parece mais uma inveja com relação às pessoas que têm a fama, do que um juízo de valores. Talvez ao vermos a vida de quem opina, vejamos o mesmo na vida desses inquisidores. Simples, peçamos que eles provem os seus argumentos.
Claro que nossa sociedade anda perdida em seus valores. Mas talvez isso seja uma dimensão de novos valores que surgem, mais tolerantes e diversificados. A diversidade da vida emocional das pessoas pode ser uma prova. E pessoas polêmicas sempre existiram, sendo condenadas por inquisidores, enrustidos e frustrados. Para o frustrado é mais fácil condenar. Aparentar esse ser “sincero”. Apontar o dedo é mais fácil, e as pessoas públicas são mais sujeitas a tais condenações. Lembra a Inquisição, onde uma pessoa era morta por uma marca no corpo, por ter visão diferente de Deus, por ter um crucifixo quebrado e motivos ainda mais banais. Hoje vemos algo parecido nesses jornalistas que falam mal de todo mundo e não tem limites para a boca.

O segredo é que os argumentos têm de ser comprovados. Se não comprovados, nem são premissas. Posso falar que todos os jogadores de futebol são ricos. Mas vejo aos poucos que errei, uma vez que existem jogadores que não são ricos. Isso vale para diversas opiniões, como em relação a artistas, advogados, políticos etc. É mais fácil criar um preconceito, porque não necessita muita razão. As pessoas perderam a razão e preferem a diversão.

 
Mariano Soltys
Enviado por Mariano Soltys em 30/12/2014
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