Pesquisa mostra que 67% das mulheres sofre de problemas intestinais. Quando se conhece alguém com o problema, e é um problema sério, geralmente se ouve a história de intolerância, seja a lactose, seja a glúten ou a alguma coisa. Também se acaba culpando a ingestão de carne, bem como o problema dos produtos industrializados, com seus conservantes, bem como a vilões como a gordura e o açúcar. Também o sedentarismo e falta de ingestão de água colaborariam com certos problemas. Mas será que apenas o problema é gerado do exterior? Será a que os pensamentos e a psique das pessoas não geraria problema intestinal? E também não seria uma linguagem do corpo a falar ou gritar algum desequilíbrio?
Há quem tenha dito que o intestino se assemelha muito ao cérebro, ou que é tão importante quanto este. Vemos que existe uma linguagem corporal do intestino, e autores como Antônio Gasparetto, e mesmo Cristina Cairo, veem mais que meros fatores externos. Ela diz que se deve levar em conta o fator emocional e os pensamentos que levam até os alimentos, e a simbologia desses alimentos. Mas o centro da saúde seria o emocional, segundo a autora de Linguagem do Corpo. Também Gasparetto fala que a digestão é elaboração e aceitação de acontecimentos. A digestão se relaciona com a maneira como diferimos a vida. Desse modo, desde acontecimentos traumáticos, quanto problemas emocionais, conflitos internos, tudo deveria influir na digestão. De certo modo digerimos mais que alimentos, mas também situações da vida e nossas emoções.
Certa vez em programa de rádio que eu apresentava, Filosofia é Liberdade, na rádio Liberdade, falei da simbologia dos alimentos, segundo doutrina de Paulo de Tarso. Assim, certos alimentos revelam necessidades psicológicas, anseios ou mesmo a personalidade. Uma pessoa impaciente e que gosta de se fixar em atividade, gosta de carne vermelha. O chocolate seria uma forma de compensar certa insatisfação, de modo a encontrar um prazer rápido e homogêneo. Já as pessoas que evitam mudanças gostam de macarrão, porque a massa revela que a pessoa gosta de algo que permaneça o mesmo. O macarrão é o mesmo e revela essa insegurança. Já a laranja revela a busca por felicidade, mas revela que a pessoa pode estar sofrendo alguma pressão emocional. Já o mel seria um modo de adoçar uma vida amarga, mas esse mel é rico em vitaminas e é bactericida e vaso dilatador.
Mas voltando ao problema intestinal, parece que ele revela dois extremos. Um é uma linguagem corporal de medo, levando a pessoa simbolicamente a “se borrar”. Outro extremo revela a prisão de ventre, que é uma linguagem de que a pessoa se comportava de um modo, e prendeu seu comportamento, prendeu sua vida. No caso da pesquisa, talvez as mulheres tenham muita exigência social, e sofram mudanças extremas, seja em negar o que eram, ou mesmo em situações que geram medo intenso, muitas vezes não manifestado, mas revelado pelo corpo de modo psicossomático. E pensando em medicina tradicional chinesa, isso ainda se revela em desequilíbrio da energia vital, a que chamam “Chi”, e assim ainda um circuito ou relação de mais órgãos, como o baço, triplo aquecedor e outros. Para isso há tratamentos como a acupuntura, o shiatsu, yoga etc, que fazem fluir essa energia vital, que deve faltar ou se concentrar em região abdominal, ou junto ao plexo solar. Mas a vida moderna revela vários desequilíbrios, prejudicando a saúde, seja por sedentarismo, seja por alimentos não saudáveis. O homem é mais do que ele come, é também o que sente. Assim exige uma vida mais saudável e com equilíbrio à natureza, longe do estresse e artificialismos da vida moderna. E digerir mais as ideias, as aceitando, libertando o destino, amando e não temendo a vida.