Mariano Soltys
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Anício Mânlio Torquato Severino Boécio nasceu em Roma, por volta de 470, teólogo, filósofo, cônsul, senador e mártir, que ficou famoso pela tradução de obra de Porfírio. Seu talento em tradução dos clássicos ainda se expandiu, de modo que traduziu obra de Aristóteles, de matemáticos, lógica, e talvez o mais curioso do pensador medieval, que ele se dedicou a obra sobre a música. Foi chamado de o primeiro escolástico, e escreveu obras também sobre teologia, a respeito da Trindade, e em sua obra de consolação a filosofia, ele personifica a filosofia em uma mulher. Ele estudo primeiro em Roma, e depois na Grécia. Ele assim intermediou a filosofia grega com o mundo latino. Entende que a filosofia se divide em duas espécies: a teórica e a prática. Além de Aristóteles e Porfírio, de interesse que ele comentou os Tópicos de Cícero. Para tanto, tem uma obra diversificada em assuntos. E prático, chegando a construir um relógio de água e um de Sol. Depois esteve envolvido com a política e com o rei Teodorico, sendo que com 40 anos foi mestre dos ofícios, o que se equivale a um cargo de governador. Mas esse Teodorico era adepto do arianismo. Também por Boécio estudar astrologia e ciências afins, foi acusado de praticar a magia e assim de se envolver com heresias. Além de ser acusado desse sacrilégio, foi ainda de conspiração, o que rendeu-lhe a prisão, de modo que lá ainda escreveu a sua obra. Seus bens foram ainda confiscados e ele foi torturado. Por ordem de Teodorico, ele foi executado em 525, sendo depois considerado mártir pela Igreja Católica. Parece que sua grande contribuição a filosofia foi a discussão ontológica sobre os universais, se estes estão meramente no pensamento ou se são entidades autônomas. Boécio foi no sentido que esses universais apenas existem no intelecto. Também trata do tema de destino e liberdade, dizendo que Deus sabe tudo, mas que mesmo assim o homem possui liberdade. Já sobre a música, ele classifica e dentre uma das classificações vem a música cósmica, que teria origem nos astros do universo, essa não ouvida pelos humanos, que parece lembrar a música das esferas de Pitágoras. Também fala em música humana, que se refere a da interação da alma com o corpo. A música que conhecemos seria apenas parte relacionada aos instrumentos musicais usados pelas pessoas. Também tratou sobre o amor, dizendo que ele tem uma lei em si mesmo, e assim não se poderia julgar os amantes. Também entende o ser humano como um mundo em miniatura. Fala ainda se seres que existem fora da matéria, como os anjos e Deus, os intelectíveis. Também trata que os sentidos nos comunicam as cosias em estado de confusão, parecendo de algum modo antecipar Descartes. E que Deus escapa a todas as categorias. Entende também que as almas preexistem aos corpos, parecendo defender uma forma de espiritualismo cristão. No seu pensamento além de platonismo, havia por certo muito de neoplatonismo, como lembrou Gilson (2001, p. 174). Depois do intelectível que é Deus, há o intelectível que é a alma. Também relaciona o ser com a existência e o não-ser com o que não existe, parecendo algo agostiniano. De interesse que ao tratar do tema da Providência Divina, usa a alegoria da Roda da Fortuna, parecendo assim entender de alguma chave hermética ou cabalística, no que se refere ao tempo e os fatos da vida, trazendo essa chave do Tarô em meio ao seu pensamento. Foi ainda o último dos romanos. Fato é que sua doutrina ia muito além das Escrituras, ou de pensadores e teólogos tradicionais, estando mais no contexto do seu tempo, e partilhando das ciências da moda, do quadrívio e do trívio. Fato também que foi influenciado por alguma ciência esotérica e que colocou isso junto a doutrina cristã, a fim de unir a ciência com a teologia, ou tornar a teologia mais ordenada. Não apenas ele, mas diversos teólogos e pensadores da época não esqueceram das verdades dos mistérios, como da influência dos astros no tempo e acontecimentos, e desse modo foi mais injustamente acusado, como tantos outros que defenderam a verdade contra outros que se baseavam na letra morta ou em superstições inventadas. Entrou em choque com o poder temporal, e assim sua missão se viu interrompida, mas restando a espada de sua obra, e mesmo de seu grande trabalho de tradução dos gregos, em especial de Platão e Aristóteles. E essa busca de Deus através da sabedoria lembra também algo gnóstico, ou a Pistis Sophia, e por representar a filosofia ou sabedoria por uma mulher. Fato é que morreu em decorrência da suposta acusação de conspiração e prática de magia. Seus dois filhos seguiram também carreira política, também sendo cônsules.
 
Mariano Soltys
Enviado por Mariano Soltys em 09/09/2015
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