Mariano Soltys
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ATANÁSIO DE ALEXANDRIA (295-373)

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Atanásio teria nascido por volta de 295, em Alexandria, em Damanhur. Sua educação foi assim diversificada e contava na sua escola catequética já com elementos seculares e com participação de pagãos. Dizem que o Bispo Alexandre havia visto ele brincando com amigos, de batismo, e assim teria sugerido que estes se preparassem para exercer as funções clericais. Disse que alguns de seus mestres morreram em vista de perseguições. Sua educação foi boa, em especial em retórica e gramática. Foi ordenado diácono, por Alexandre, em 319. Serviu assim como secretário deste em Concílio de Nicéia. Passou por mais de 20 anos no deserto e por isso grande parte de sua obra era da contenda antiariana. E seu tempo ainda não havia uma certeza sobre a doutrina cristã. Também o Novo Testamento ainda não estava formado, ou seria forjado. Atanásio conhecia o grego e nada sabia do hebraico, o que nos faz pensar até onde ele conhecia as escrituras sagradas. Por outro lado, chega a citar Homero em escritos. Mas em muito usa do grego. A polêmica de Ario era que ele via o Filho, Cristo, como criado e não subordinado a Deus Pai, o que era uma visão comum de alexandrinos. Assim ele tinha essa desavença com bispo Alexandre, por causa de ser considerado herético. Parece que essas obras e concílios denunciam várias “heresias”, o que parecia uma defesa de hermenêutica dominante e uma certa política, e não real busca da verdade. Tivessem aprendido através de judeus com a tradição talmúdica e do Midrash, e da possibilidade de diversidade de níveis de interpretação, o problema se resolveria. Mas ficou por outro lado Atanásio por mais de 40 anos combatendo as ditas “heresias”. O concílio de Nicéia ficaria famoso, ainda mais recentemente ainda com obras de Dan Brown, do Código Da Vinci ou Anjos e Demônios. Também Atanásio teria problema com Melécio, outro que não teria aceito o Concílio de Nicéia. Mas o líder ariano Eusébio o depôs. Assim se deu o primeiro exílio de Atanásio. Com o falecimento de Constantino, Atanásio retorna a Alexandria, apoiado ainda por em torno de cem bispos. Mas ele foi acusado e fugiu para Sérdica. Lembra Johnson: “El historiador Sozónemo relata que en el Consejo de Tiro, en el año 335, Atanasio, obispo ortodoxo de Alejandría, fue acusado de romper un cáliz místico, destrozar una silla episcopal, ordenar sin causa una detención, deponer ilegalmente a un obispo, someterlo a una guardia militar y torturarlo, golpear físicamente a otros obispos, conseguir su obispado mediante el perjurio, quebrar y cortar el brazo de uno de sus antagonistas, quemarle la casa, atarlo a una columna y flagelarlo, y arrojarlo ilegalmente a un calabozo; todo esto, además de enseñar una falsa doctrina”1. Atanásio não foi monge, mas inspirou a muitos nesse sentido, haja vista a sua vida ascética. Por sinal, era amigo de Santo Antão e sobre este escreveu uma obra. E o filho de Constantino, Constâncio II, apoiou mais uma vez os arianos e teria forçado um terceiro exílio a Atanásio. Assim ele fugiu para o Alto Egito e se escondeu em diversos mosteiros. Atanásio até entende que Constâncio é um precursor do Anticristo, nessa perseguição. Mas se pode dizer que Atanásio foi um dos místicos cristãos. Geralmente é conhecido como defensor do Credo de Niceia, ou tendo mesmo um próprio Credo. Mas de volta a ativa, o Atanásio convocou o Concílio de Alexandria, para que cristãos decidissem sobre a Trindade. Essa lei do triângulo foi assim evidenciada. Mas havia os que negavam a divindade do Espírito Santo, o Santo Espírito, e também da alma de Cristo e sua divindade. Decretaram assim penas severas aos “heréticos”. Parece que de perseguido se tornou perseguidor, e o Anticristo seria um dia revelado por Martin Luther. Depois foi exilado pelo imperador Juliano, ainda depois por Valente. Assim estava escolhido o que seria o “Novo Testamento”, com seus 27 livros. Atanásio foi originalmente sepultado em 374 na Alexandria, mas seus restos mortais foram após trasladados para a Igreja de São Zacarias, Veneza, Itália.
1JOHNSON, Paul. História del cristianismo, p.52.
Mariano Soltys
Enviado por Mariano Soltys em 27/12/2015
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