Mariano Soltys
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THOMAS MORE (1478-1535)

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São Thomas More nasceu em Milk Street, Londres, no dia 7 de Fevereiro de 1477, filho de juiz, que também fora advogado, John More e de Agnes Grauper. Estuda e forma-se em Direito em Oxford, sendo também advogado. De princípio tenta levar uma vida ascética e religiosa, se ligando a franciscanos, mas depois segue a vocação do casamento. Em 1505 casa-se com Jane Colt, tendo com esta quatro filhos, sendo destes três meninas e um menino. Esta falace seis anos após. Constitui segundas núpcias com Alice Midleton, de modo que sua família se torna numerosa e feliz. More tinha sempre bom humor e buscava na vida a justiça e a espiritualidade. Segue uma vida mística, mesmo sendo casado, e é elogiado por Papa João Paulo II. Também segue a vida política, entrando na Câmara dos Comuns e ficando nesta por vinte e seis anos. Era amigo e discípulo de Erasmo, com quem chegou até a escrever junto, e de quem recebeu homenagens. Erasmo disse que sua família era feliz. Também sua casa estava sempre aberta a amigos, genros, netos etc. Também fora Lord Chanceler da Inglaterra. Ademais, influenciado em matéria religiosa por Cardeal de Canterbury. Sendo assim católico conservador, persegue os hereges e mesmo combate Lutero. Então Thomas era caseiro, místico, ligado a política e ao Direito. Ademais, foi ainda influenciado pelo cabalista cristão Pico della Miràndolla, agregando sua vida mística. Sua obra mais famosa é Utopia, a qual em muito se inspirou na República de Platão. Semelhante a Cidade do Sol, de Companella, e a Nova Atlântida de Francis Bacon. Essa obra em muito mostra uma ilha onde se vê um Estado ou governo ideal, e onde as pessoas têm uma espécie de felicidade coletiva, um comunismo onde há o fim da propriedade privada. As casas da cidade sequer têm portas. Então More somou doutrinas de Tomás de Aquino, Erasmo e estoicismo, além da citada do mestre grego. Platão teria dito que a propriedade privada divide os homens. Assim em More se encontra um socialismo utópico, sendo depois homenageado, além da santidade pela Igreja Católica, tendo uma estátua na Rússia, de tal modo que agradou aos dois lados da moeda. Peca em alguns pontos de sua obra, como ao defender um casamento forçosamente eterno, possivelmente sendo assim contra o divórcio, apesar que o permite depois, e ainda entendendo que existiam profissões femininas e masculinas. Disse de positivo que a vocação profissional pode até mudar o ambiente familiar e que se devia ter uma jornada de trabalho de seis horas, dedicando o resto a atividades de formação e estudos. Também peca ao defender um controle demográfico, apesar que fala em um número mínimo de extraordinários 10 filhos e máximo de 16, realidade diferente da atual. Também peca a defender que em certos casos o colonialismo se vê justificado e se pode até expulsar rebeldes, e mesmo isso seria uma lei natural, a fim de explorar a terra etc. Uma visão um tanto eurocêntrica, desse homem de família e um tanto conservador, apesar da obra criticar a política de seu tempo. Também de positivo fala de mulheres que acompanham maridos em campo de batalha. Ademais, de forma vanguardista, falou sobre eutanásia e sobre a sua possibilidade, de modo a não mais se prolongar a dor e inutilidade. Nisso lembra um escrito chamado Liber OZ, onde se fala que todo o homem tem o direito de “trabalhar como ele quiser: de brincar como ele quiser: de descansar como ele quiser: de morrer quando e como ele quiser”. Mas esse suicídio teria de ser aprovado por magistrados e sacerdotes, o que não seria possível, talvez sabendo isso More e apenas colocando uma norma programática. Essa Utopia significa lugar nenhum. Curiosamente o retrato de Hans Holbein mostra More com um colar no pescoço, que claramente é uma Rosa-Cruz, talvez aludindo a essa fraternidade mística e iniciática. Fato é que sendo fiel a entendimento da Igreja Católica, ele vai contra a vontade de Henrique VIII de se divorciar e casar-se novamente, e assim é condenado a ser enforcado e esquartejado, depois apenas decapitado, ficando sua cabeça em exposição após isso, morto assim em 6 de julho de 1535.

 
Mariano Soltys
Enviado por Mariano Soltys em 23/01/2016
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