Mariano Soltys
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JOÃO CALVINO (1509-1564)
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João Calvino nasceu no dia 10 de Julho de 1509, filho de Garard e Jeane, que tiveram cinco filhos. Seus irmãos eram assim Patrícia, Charles, o mais velho, que seria padre, Antoine e François. Sua mãe faleceu quando ele possuía apenas 6 anos de idade. Haveria ainda duas irmãs de segundo casamento de seu pai. O pequeno João frequentou assim o “Collège des Capettes” (nome sugestivo...) em Nyon, onde estudou latim. Com doze anos ele ganha um benefício, um rendimento anual que era concedido a família que pertencia a hierarquia da Igreja. Mas no caso específico foi uma quantia de cereais. Depois o pai o envia a Paris, e possivelmente teria assim vivido com tio Richard. Assim passa a frequentar o Collège de la marche, tendo amizade com crianças da família de um Bispo. Seus amigos eram Joachim, Claude e Yves. Aos amigos se referiu em trabalho sobre filósofo Sêneca. Depois foi para uma escola muito rigorosa, Montaigu, onde havia sovas e comida indigesta. Na época havia bula papal porque se estavam destruindo imagens religiosas, chegando a acontecer de retirarem a cabeça de uma madona na Rua des Roisiers. Também espalhavam cartazes na cidade, condenando a missa como blasfematória. O trabalho inicial parece ter sido anarquista, ou algo semelhante a uma rebeldia adolescente, o que atualmente seria uma pichação. Depois conheceu a literatura da antiguidade e os gregos. Antes de ser reformador, Calvino era um humanista, falando em um prefácio de livro de amigo sobre a lealdade e o nacionalismo. Em Orleans se torna Doutor em Direito, e publica uma primeira obra, sobre Sêneca, a qual paga com próprio bolso. Por curioso que pareça, aos 23 anos seguia os passos de Erasmo de Rotterdã. Muito curioso ele trabalhar com o estoicismo. Parece que dessa filosofia que veio sua defesa da predestinação, inclusive de pessoas que seriam os condenados ao inferno, talvez sua doutrina mais absurda. Mas do mais seu livro até que tem bons ensino, citando Agostinho e fazendo uma defesa de uma bibliolatria, negando a tradição de Apóstolos e de primeiros cristãos. Nega assim a tradição oral, não lembrando talvez que existia um cristianismo pré-evangélico, sem escrituras. Com a descoberta dos Evangelhos no Mar Morto, em 1945, porém, tanto as doutrinas da Igreja quanto daqueles que se declaravam reformadores foi posta em xeque, e muita coisa nova surgiu, com provas arqueológicas e escrituras, mesmo estas chamadas de “apócrifas”. Não se sabe quando Calvino aderiu a “nova” fé, e isso continua um mistério. Ele se casa com uma viúva, em Agosto de 1540, ele com 31 anos, e ela com dois filhos de outro casamento. Outra crença absurda que repete de Lutero é a da mortalidade da alma, que parece mais com um materialismo. Critica e persegue os anabatistas. Quando convidado pela seita, Giordano Bruno ia receber uma arma de fogo para matar católicos, o que o afastou de imediato deles, por ver seu fanatismo e intolerância. A intolerância era tanta que empregavam meios semelhantes aos da Inquisição, e que tinham uma reforma mais doutrinária, que outra coisa. Queimavam e torturavam pessoas, usando de um espião, chamado de síndico, que passava pelas casas a fim de perguntar sobre a crença das pessoas. Mas possuía uma poderosa oratória, convencendo novos adeptos para essas crenças estranhas. Dessa salvação eterna e condenação eterna, sem qualquer esforço, a não ser pela fé. Casos famosos de perseguidos foram dois médicos, um deles Miguel Servet, que foi queimado vivo. O calvinismo continua com presbiterianos, apesar de muitas mudanças. Sobre o protestantismo, até 1595 já existiam 700 seitas. “Quando, no início da Reforma, o poder mundial da velha Igreja foi destruído, as duas grandes tendências da vida estavam claramente visíveis no amanhecer dos novos tempos: a nova Igreja de Lutero e Calvino e o humanismo, personificado, por exemplo, pelo imortal Erasmo. E, ó maravilha, nesses primeiros tempos, os pólos da atividade estavam claramente trocados. A nova Igreja era revolucionária, ela introduzia o machado na raiz da ordem mundial em vigor, a ação – a atividade – era sua insígnia, enquanto que o humanitarismo permanecia ainda, totalmente, no campo do intelectualismo”1. As duas vias, os reformadores e os intelectuais humanistas, não deram certo, rendendo a Primeira e Segunda grandes guerras. Nisso esse autor mostrou que existe uma terceira via, que é a mística, rompendo o véu da ilusão, desde antes, quando eram Cátaros e Essênios. Logo, essa renovação humana em Cristo tem de ser real, não apenas uma fé abstrata, mas de um Reino que ocorre aqui e agora, de sabedoria e do Espírito Santo. Quem age com intolerância e sem espírito de fraternidade, em nada se assemelha a Jesus, e está sim fazendo o papel do inimigo de Cristo. O absurdo chega a tanto, que se proíbe a mendicância, como se mendigar não fosse um problema social e econômico, mas uma mera opção. Com seu “puritanismo”, chegaram a condenar moças porque estavam dançando, e fatos assemelhados, perseguindo padres, deram 50 hóstias para cães comerem e outros. Passaram a perseguir a arte e a ciência, tristemente. Há quem diga que foi a sua doutrina a base para o capitalismo, como se vê em Max Weber. Calvino falece bem doente, com diversos problemas de saúde e ainda estudando o evangelho diariamente, em 27 de Maio 1564, em Genebra.

1RIJCKENBORGH, J. Van. O mistério iniciático cristão: dei gloria intacta, p.185 .
Mariano Soltys
Enviado por Mariano Soltys em 03/04/2016
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