BLAISE PASCAL (1623-1662)
Blaise Pascal nasceu em Clermont-Fernand, na paróquia de Saint Pierre, em 19 de Junho de 1623, sendo filho de Ettiene Pascal, que era funcionário público, fiscal de impostos e presidente da Cour des Aides, bem como matemático, e de Antoinette Bégon. Sua mãe falece três anos após seu nascimento, e pai fica responsável pela família e observa que filho é um prodígio, superdotado, e se dedica a educação deste. Pascal foi um menino prodígio que nunca recebeu educação em escola e desde cedo surpreendia a todos. Sempre acima de sua idade. Seu pai o educa assim e ensina primeiro línguas grega e latim para o filho, o afastando de início da matemática, proibindo os livros desse tema. Mas o menino um dia surpreende ao desenhar com carvão gravuras e chega a proposição 32 de Euclides, surpreendendo e espantando o seu pai. O menino buscava sempre a verdade e era muito curioso, um cientista mirim. Certa vez observou e quis descobrir o porquê de um talher fazer determinado som ao bater em prato, ao ser pressionado. Antes dos 12 anos já demonstra gosto por geometria, pois seu pai discutia sobre matemática com amigos que o visitavam. Parece que o menino leu em segredo uns dez volumes de Euclides, antes de desenhar. O pai ao falar e pedir conselho a amigo matemático, Le Pailleur, este disse para liberar a leitura de livros de matemática ao filho. Pai com filho sempre discutiam temas de filosofia, lógica, física e gramática na hora do jantar, ou próximo deste. O pai se dedicava sobremaneira ao filho. Mas esse excesso de estudo acabou por prejudicar a saúde do menino, e sua irmã em carta disse que após dezoito anos não via um dia que o irmão não estivesse doente. Sofria de problema intestinal e de dor de cabeça. Mas o pai ficou muito feliz com o progresso do filho, e vinham de longe para admirar seu conhecimento. Pascal sempre teve uma nitidez pelo que era verdadeiro, e odiava a mentira e conversas carregadas de futilidades. Então, com 16 anos ele escreveu “Ensaios sobre cônicos”, mas não quis buscar a fama ou publicar a obra, apesar da insistência de entendidos em ciência, e com 19 ele inventa uma calculadora, para ajudar o pai na cobrança de impostos. Ainda na física, fez experiência com hidrostática, lançando também o cálculo de probabilidades. Quando em 1654 foi quase atropelado por uma carruagem, se salvando, entendeu ser isso um sinal de Deus, e teve uma experiência mística, assim se convertendo ao catolicismo e mais especificamente a jansenistas. Isso foi tão forte que sua influência leva uma irmã a se tornar também freira, no mosteiro de Port Royal. Desse momento em diante Pascal parece mais um místico cristão, passando depois a buscar uma vida de afastamento do mundo, de renúncia, mortificação, e se junta a irmã em mosteiro com 31 anos de idade. Assim tem ensinamentos famosos, como a frase célebre que “o coração tem razões que a própria razão desconhece” e sua sua aposta na existência de Deus. Defende que se pode ser feliz com Cristo. Ainda escreveu contra ateus e céticos, em sua obra Pensamentos, que é resultado de suas cartas. Daí se defende de acusação de heresia em suas cartas. Passa a fazer muita caridade e ter uma vida humilde, fazendo as próprias tarefas domésticas, apesar de sua saúde não ser muito favorável. Certa vez ele viu uma moça de 15 anos correndo perigo, por certo abandono, assim pagou para um clérico cuidar para que ela não fosse enganada e tivesse uma ocupação, e esse padre nem sabia o nome de Pascal, tamanha a sua caridade desinteressada e amor incondicional. Emprestava dinheiro a juros para fazer caridade. Também em 1664 se recolhe no mosteiro onde estava a irmã, da qual era muito ligado, e leva uma vida ascética e retirada, para se dedicar a espiritualidade. Depois fica doente e médico o receita uma vida social, e assim abandonar um pouco os estudos. Nessa altura ele apenas devia ler a Bíblia, fazer orações e usar do cilício, quando a tentação da carne o perturbava. Teve ainda antes atrito com Descartes, sendo contrário a sua geometria analítica. Evita tanto os prazeres da vida, que até os da mesa lhe são negados. Dedicava-se mais a moral cristã que a teologia. Sua afilhada testemunha um milagre em uma doença do olho que possuía, ao visitar o mosteiro e encontrar um espinho milagroso, curando-se desse mal. Pascal sofria tanto do estômago que na juventude teve de tomar água em gotas, e quente. Via nos sofrimentos algo não negativo, pois compartilhava o sofrimento de Cristo. Sua outra irmã casa com primo. Escreveu uma obra sobre comparação dos primeiros cristãos e dos dias contemporâneos seus. Após tanto sofrimento, recebe a extrema unção em 17 de Agosto de 1662, vindo a falecer em 19 de Agosto.