MATIAS AIRES (1705-1763)
Mathyas Aires Ramos da Silva d'Eça nasceu em 27 de março de 1705, em São Paulo, na época Capitania, filho de José Ramos Silva, que tinha cargo em Casa da Moeda de Lisboa, e de Catarina de Orta. Conhecido como Matias Aires, ele foi filósofo brasileiro de naturalidade portuguesa, ainda sendo naturista, formado em Direito, matemático, moralista, tradutor, escritor e dito o maior intelecto proveniente da colônia para a metrópole, em seu tempo. Quando possuía 11 anos, os pais mudaram para Portugal, de modo que lá, uma vez com talento para os estudos, cursa de início o colégio jesuíta Santo Antão. Depois torna-se Bacharel em Filosofia pela Faculdade de Ciências e depois mestre em artes na Universidade de Coimbra. Forma-se também em Direito Civil e Canônico em Universidade Francesa. Ademais, estuda matemática e física, e conhece diversos idiomas, como o hebraico, o francês, traduzindo obras clássicas para o latim. Chega depois inclusive a escrever livros em francês. Torna-se provedor da Casa da Moeda de Lisboa, ficando no posto de seu pai, quando esse falece. Considerado o maior nome da filosofia em língua portuguesa de seu tempo. Seu livro mais famoso, “Sobre a vaidade dos homens”, se baseia em livro bíblico de Eclesiastes. Matias Aires era grande amigo do judeu António José da Silva. Mas escreve também uma obra sobre arquitetura, falando que as construções antigas eram mais resistentes que as modernas, o que fez após o terremoto de Lisboa, a que presenciou. Sua obra no geral se envolve de um ponto de vista da psicologia e superando antigos pontos de vista e concepções. Na sua obra também denuncia os preconceitos e critica o tema do sangue real. Ademais, disse que as pessoas mais buscam aplausos pelo estudo das letras, que a ciência. Entre suas obras se encontram ainda: Philosophia Rationalis, Letres Bohemiennes, Carta Sobre a Fortuna e outras obras de filosofia perdidas, mas que foram citadas. Disse que as coisas que são contrárias no fim, às vezes são as mesmas no princípio. Também dizia que a falta de religião faz os homens caírem na perversidade. Vemos que ele errou em parte nessa última reflexão, se observasse as atrocidades religiosas que já ocorreram na história, pela má interpretação e uso incorreto da cruz e má interpretação de Escrituras. Disse também que o mal pode produzir o bem, e o bem o mal. Que conhecemos as coisas mais por comparação, que por si mesmas. Como já foi dito, ele foi um filósofo iluminista brasileiro, que em suas obras trouxe o ímpeto do Século das Luzes e um pouco de psicologia. Também criticou fatos como o luxo em mausoléus. Fato curioso e pouco comentado é que ele foi membro da Ordem dos Cavaleiros de Nosso Senhor Jesus Cristo, que foi uma continuadora dos Templários após a extinção da mesma. Era assim Cavaleiro dessa Ordem de Cristo, que foi responsável pelo “Descobrimento”, tendo como outros membros ilustres, Pedro Álvares Cabral e Vasco da Gama, ambos no grau de Mestre, e levando sua bandeira característica nas caravelas. Essa Ordem foi instituída por D. Dinis em 1319 e confirmada pela bula do Papa João XXII. A ordem sofreu ao longo da história uma série de modificações, tendo por Grão Mestre algumas vezes o Presidente da República de Portugal, Primeiro Ministro e Chefes Militares. Matias Aires estava em meio a essa fraternidade da nata de Portugal, e assim há uma relação mais profunda com o Brasil e por este ser colônia, provir de “Descobrimento” e fatos correlatos. Afinal, Portugal tinha forte ligação aos Templários e a este doou castelos e propriedades, e de algum modo perdeu muito com a extinção da Ordem do Templo. Para compensar isso parece que a Igreja resolveu reabrir essa Ordem, mas com outra cara, sem o foco tão religioso. Pois essa Ordem em 1421 adota a regra da Ordem de Calatrava, que tinha um foco concentrado apenas na cavalaria. Mas no Século XX a Ordem agraciou inúmeras pessoas poderosas de Portugal, os mais altos cargos e de vez em quando aparece. No Brasil, além de Matias Aires ter feito parte da mesma, resta em bandeiras a sua herança, como na cidade de Joinville, Florianópolis, na Seleção Brasileira de futebol e no clube Vasco da Gama. A sua cruz é geometricamente calculada, formando sempre ângulos de 45 graus. Os fatos esotéricos, místicos e misteriosos ligados a Portugal e descobrimento vão mais além. Mas temos nesse pensador um casamento especial com a intelectualidade brasileira. Não se sabe ao certo a data de falecimento dele, mas a mais citada é a de 10 de Dezembro de 1763. Outros falam de sua partida em 1770.