Mariano Soltys
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ULRICO ZUINGLIO (1484-1531)
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Huldreich Zwingli nasceu no dia primeiro de Janeiro de 1484, em Wildhaus, Cantão de São Galo, filho de Ulrico, de família rica, este magistrado da cidade, e seu tio era Vigário. Tendo boa condição financeira, pode assim estudar e de início começa seus estudos em Berna e Basiléia, depois passando a estudos superiores em Viena, onde se forma em bacharel em artes, e depois retorna a Basiléia. Foi assim mestre e ainda ordenado sacerdote ainda jovem, ficando na Paróquia de Glanora. Já em 1516 é Capelão na abadia de Einsiedeln, e nessa época que tem contato com Erasmo de Roterdã, famoso humanista, que o influencia sobremaneira. Já em 1519 ele é transferido como Cura de catedral, a Zurique. Estudou ainda a filosofia escolástica, astronomia e física, sendo admirador dos clássicos e inclusive os citando em sua pregação. Estudou Orígenes, Ambrósio, Jerônimo e Crisóstomo. Mas não dava tanta atenção a Santo Agostinho, se em comparação a Lutero. Estudou também Sêneca, Cícero, Platão e Aristóteles. Escreveu cópias das cartas de Paulo, provenientes de Erasmo. Dizem que sua tradução hebraica da Bíblia é sem erros. Contudo, há algumas tendências de tradução que alguns não aprovaram. Também possuía vocação para a música, tocando diversos instrumentos, como flauta, violino, harpa, alaúde, saltério etc. Os oponentes o chamavam de assoviador. Torna-se o principal reformador na Suíça, seguindo ideias de Lutero, mas não na totalidade. Criticou assim temas como as indulgências, o celibato, o purgatório, a autoridade do Papa, culto mariano, dos santos, de imagens. O Bispo de Constança então o acusa de heresia. Tanto se convence de doutrina, que quebra seu juramento de celibato e se casa com uma viúva, Anna Heihard. Chega a conclusão que somente a Bíblia tem a doutrina da salvação, elaborando 67 artigos de fé. Nega assim a salvação pelas obras, o sacrifício da missa, entendendo a eucaristia como apenas simbólica. Nessa última parte que se diferença e se opõe a Lutero. Lutero o atacava porque ele tinha motivos racionalistas e humanistas, defendendo a bondade, tendo a redução do pecado original como resultando em não condenação eterna, mas apenas vício hereditário, e defendendo a felicidade também aos pagãos que praticassem a moral. Estranho também que Zuinglio era patriota e que apoiava o serviço mercenário, lucrando com ele. Depois se afasta desse serviço mercenário e sendo então mal visto. Deste modo, incentivou a luta armada com o Conselho de Zurique. Diferentemente da doutrina anabatista que ignora o Antigo Testamento, Zuinglio deu valor a essa parte das Escrituras. Também não separa tanto Igreja e Estado. Interessante que ele fala em uma Igreja Católica mística invisível, o que prova uma tendência ao misticismo desse autor. Talvez por isso não era tão bem visto como outros reformadores, ou mal visto por alguns líderes de Reforma. Pois seu início foi em sintonia com o mítico cabalista Pico della Miràndola e com Marcilio Ficino, outro místico esotérico. Sobre a conversão ainda tem alguma perspectiva panteísta. Também se opõe a doutrina dos concílios, o que poderia colocar em dúvida o próprio modo como se concordou em ver o cristianismo. Acertadamente falou que o pecado tem raiz no egoísmo ou apenas amor de si próprio. Mas faz mais críticas que construções. Visse ele o que se tornaram as “igrejas”, continuaria a sua Reforma, nos tempos atuais. Se o problema eram as indulgência, imagine ele visse uma igreja popular que hoje arrecada milhares de reais em um único culto, de pessoas pobres e desamparadas. Como revelou um site, sobre as controvérsias desse reformador suíço: “Zwínglio foi além, na sua tradução alemã, ousou adulterar as mais importantes palavras de Jesus Cristo, com visível intenção de eliminar sua presença na Eucaristia. Colocou a palavra “significa”, onde Jesus diz que o pão “É” seu Corpo e o vinho “É” seu Sangue. Veja o repúdio de um autor protestante da época: “Não é possível de modo algum excusar este crime de Zwínglio; a cousa é por demais manifesta; (…) Não o podeis negar nem ocultar porque andam pelas mãos de muitos os exemplares dedicados por Zwinglio a Francisco, rei de França, e impressos em Zurique no mês de março de 1525. Na aldeia de Munder, na Saxônia, no ano 60 eu vi na casa do reitor do colégio, Humberto, não sem grande maravilha e perturbação, exemplares da Bíblia alemã, impressas em Zurique, onde verifiquei que as palavras do Filho de Deus haviam sido adulteradas no sentido dos sonhos de Zwinglio. Em todos os quatro lugares (Mt., 26; Mc., 14; Lc., 22; I cor., 11) em que se referem as palavras da instituição do Filho de Deus, o texto achava-se assim falseado: Das bedeutet meinen Leib, das bedeutet meinen Blut, isto significa o meu corpo, isto significa o meu sangue.” (Conr. Schluesselburg, op. cit. f. 44 a.) (citações em padre Leonel Franca, op. cit., pág. 211). Lutero levantou-se contra Zwinglio, e disse que ”“é “ não pode ser traduzido por “significa””. (Uma Confissão a respeito da Ceia de Cristo – Von Abendmahl Christi, Bekenntnis WA 26, 261-509, LW 37. 151-372, PEC 287-296. – SASSE, H. Isto é o meu Corpo, p. 107)1. Mas por fim, ele morre em batalha e dizem que seu corpo foi esquartejado e jogado na fogueira, em Kappel am Albis, 10 de outubro de 1531.
Mariano Soltys
Enviado por Mariano Soltys em 29/07/2016
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