Mariano Soltys
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HUGO GROTIUS (1583-1645)

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Hugo Grócio nasceu em 10 de abril de 1583, de família De Groot, essa do patriarcado da cidade de Delf, que pertencia a um pequeno círculo de clãs regentes da política da Holanda e Nova Zelândia. Para tanto, de uma tradicional família de juristas da Holanda. Assim o menino estava na época entre um dos poucos privilegiados a poder estudar com um tutor e depois o Direito, tendo assim a possibilidade de abraçar cargos públicos. De genialidade precoce, verdadeiro superdotado, compondo aos 8 anos seus primeiros poemas, recebendo ainda primeiros ensinamentos de seu pai. Em consequência, aos 11 anos já ingressa na Universidade de Leyden, estudando Matemática, Filosofia e Direito. Sobre o Direito, parece também sido autodidata. O menino teve assim sua genialidade elogiada e reconhecida em público. Até os 15 anos estudou em Universidade de Leyden, acompanhando um advogado chamado Oldenbernevelt, que também era envolvido em conflitos religiosos, na França. Nessa viagem que Grócio aproveita para obter o título de Doutor em Direito em Universidade de Orleans. Então, na França convive com magistrados e estadistas. O adolescente é apresentado a Henrique IV que logo se impressiona com ele, chamando-o de milagre da Holanda. Sua primeira defesa como advogado ocorreu quando ele possuía 16 anos de idade. Além de advogar, escrevia poemas e publicava coisas relacionadas com as suas pesquisas. Entre suas leituras e estudos estavam: Apuleio, Albricus, Cícero, Porfírio, Aristóteles, Cassiodoro, Ptolomeu, Plínio, Euclides e outros. Por outro lado, escreveu numa carta endereçada a Daniel Heinfus confessando que não gostava da advocacia, porque os processos não eram de homens de paz, dizendo que com o tempo dedicado a isso poderia ter sido um filósofo melhor e empregado esse mesmo tempo em coisas mais úteis. Mas desde a infância Grócio tem contato com o universo religioso do arminianismo, através do clérico Utengobard, que era uma crença um pouco diferente do calvinismo, e dando a possibilidade de se escolher e rejeitar a graça. As ideias de Arminius chegaram a ser acusadas de heresia, comparadas ou ligadas a pelagianismo, que não era trinitário, assim estranho ao cristianismo de outras designações. Mas na Holanda se recomendava a tolerância religiosa nesses debates teológicos. E Grócio participou da defesa desse arminianismo contra os gomarianos, que faziam acusações. Mas sobre o que ensinava em suas doutrinas de jusfilósofo, foi precursor de Direito Internacional, falava de livre trânsito no mar, de uma guerra justa, de direito natural e outros temas relevantes ao Direito. Vai além da visão de Aristóteles sobre temas de direitos, e ainda critica um pouco o pensador grego. Mas reconhece que o Direito Natural reflete a própria racionalidade e Deus. Vida, dignidade e propriedade são assim direitos naturais. Em seu método antecipa um pouco o Discurso do Método. Mistura o laico ao teísmo. Portanto, voltando a causa religiosa, de grande erudição e convencimento, consegue convencer Rei Jaime sobre o arminianismo, de modo que os gomarianos não conseguem o mesmo contato com rei, e ele sim. Acusado de alta traição por seus opositores religiosos e preso, de modo que nem sua esposa o pode visitar por um tempo. Seu amigo Oldenbernevelt foi condenado a morte e Grocio a prisão perpétua. Seus bens são confiscados, e inclusive sua biblioteca. Permanece assim recluso no castelo de Loveistein. Seu pai estava impedido de ver o filho, mas a esposa podia o visitar. Durante o tempo que ficou preso seus amigos lhe emprestavam livros, de modo que el fica traduzindo e escrevendo obras. Curioso que sua esposa, Maria Reigesberg trazia um grande baú com livros. Então, espertamente ela armou uma fuga para o marido através do dito baú, inventando que ele estaria recluso e doente no quarto, de modo que mesmo fugindo, ela ficou pelo local, para não despertar suspeita. Ele foge e ela foi presa, mas após dois dias foi liberta, por decisão de Maurício de Nassau. Uma vez fugindo, ele e sua esposa foram bem recebidos na França, de modo que lhe oferecem uma pensão para sua sobrevivência. Ele ainda escreve e polemiza escrevendo texto defendendo a fé católica. Aceita ademais em 1634 o cargo de embaixador da Suécia na França, mas não foi muito diplomático. Teve porém uma desavença com Rainha Christina, e sai de Estocolmo. Seu navio enfrenta uma tempestade e naufraga, ele sobrevivendo, mas adoecendo e levado a cidade de Rostock, sendo desenganado por médico. Falece em Delf, em 6 de Agosto de 1645.

 
Mariano Soltys
Enviado por Mariano Soltys em 25/08/2016
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