Mariano Soltys
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DONATO DI NICCOLÓ DI BETO BARDI (DONATELLO) (1386-1466)

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Donato di Niccoló di Beto Bardi nasceu em Florença, na Itália, em data que biógrafos divergem: 1382,1383 ou 1386, ou ainda 1402, 1403, sendo filho de família modesta, seu pai sendo artesão, tecelão de lã, Niccolo di Betto Bardi. Educado na casa da família Martelli, ainda jovem treinou em uma oficina de ourives e trabalhou de assistente na oficina do escultor Lorenzo Ghuiberti. Esteve em Roma e estudou edifícios romanos e até o Partenon. Por lá estudou com arquiteto Fillipo Brunelleschi. Assim se torna Donatello um grande escultor do período renascentista, sua obra se destacando pela emotividade. Um tanto diferente de seu pai, que chega a ser preso por participar da revolta dos Ciompi, e posteriormente em outra, mas que recebe o perdão geral, Donatello faz obras para igrejas, homens poderosos e se dedica intensamente ao trabalho. Sua biografia se torna mais de obras, do que de vida. Vive em Florença, mas tem trabalhos em Nápoles, Pádua e Siena. De início parece fazer duas pequenas estátuas da Catedral de Florença. Mas o que o marca é seu “Davi”, que seria a primeira estátua nua desde a antiguidade clássica. Trabalhava com Bronze, mármore e madeira. De madeira foi depois uma obra de Madalena, que seria retratada esquelética e melancólica. Torna-se também assistente por um tempo de Lorenzo, auxiliando na fabricação de portas de bronze de Batistério de San Giovanni. Entre 1409-11 esculpe “São João Evangelista”. Em 1411 esculpe a estátua de “São Marcos”. Em 1415 começa a escultura de “São Jorge e o Dragão”, até 1416. Em 1423 fez um dos primeiros de seus trabalhos em bronze, “São João de Toulouse”. Entre 1425/1435 trabalhou com arquiteto e escultor Michelozzo, faz esculturas mais realistas e rompe com a influência clássica, como em obras “Madalena”, “Judite” e “Holofernes”. Entre 1415-26 fez cinco esculturas para Duomo: “O profeta barbudo”, “O sacrifício de Isaac”, “Profeta Abacuc”, “Profeta Jeremias” e “Profeta Imberbe”. Também participou do monumento fúnebre de Papa João XXII, esculpindo em bronze o corpo de Papa morto. Esculpe ademais, para a Basílica de São Pedro, o “Tabernáculo do Sacramento”. Para a Igreja de São Lourenço fez: “Apóstolos”, “Cosme e Damião”, “Mártires” e “Doutores da Igreja”. Fez uma escultura de mármore de Erasmo de Narni, inspirado em uma de Marco Aurélio, de Roma. Fez também um relevo de mármore da Catedral de Florença, chamada “Cantoria”. Já em Pádua fez um crucifixo de bronze e um altar, bem como relevos de Santo Antônio. Fez ainda o “Pupilo da Ressurreição” e o Pupilo da Paixão”, obras referentes a vida de Cristo. E muitas obras, como relevo “Banquete de Herodes” e estátuas “Fé” e “Esperança”. Donatello se preocupava com o local onde estariam as obras, também, como refletindo na ótica e no ponto de vista. Assim, de longe buscava imprimir na obra uma força, já para as que fossem observadas de perto, imprimia suavidade. “Davi” se mostra uma das principais, revelando um adolescente, mercuriano, representando a razão que triunfa sobre a força bruta, contemplativo. Sua obra mostra a tendência de renascimento de revelar traços de paganismo e mesmo ocultismo em seus temas. Tudo muito velado e sutil, por sinal. Próximo a morte começa a se concentrar na figura do rosto, de modo a valorizar a emotividade. Falece em 1466, após produzir dois púlpitos, o que fazia já com ajuda de outros.

 
Mariano Soltys
Enviado por Mariano Soltys em 26/09/2016
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