Edmund Husserl nasceu em 8 de abril de 1859, numa pequena localidade da Moravia, em Prossnitz, atual República Tcheca, sendo judeu de família abastada, mas que depois se converte ao cristianismo de linha luterana, sendo o filósofo fundador da fenomenologia. Mas de início seus estudos se fazem em ginásio alemão, próximo a Olmutz, de modo que entra na Universidade de Leipzig e estuda Matemática, depois passando a Berlim, estudando com Karl Weierstrass, Leo Königsberger e Leopoldo Kroenecher, defendendo a tese de doutorado sobre “A contribuição para a teoria de cálculo das variáveis”, passando a estudar apó Filosofia em Viena, com Brentano e Carl Stumpf, escrevendo então sobre os problemas da metafísica, um texto perdido. Então ele passa em concurso público em Halle, começando a ensinar Filosofia em 1887, casando-se também com filha de um professor, Malvine Steinchneider, que enérgica lhe apoia até o final da vida. Depois em 1901 leciona em Göttingen e em 1918 em Friburgo, quando já se aproximaria da aposentadoria, então tendo amizade com Heidegger, que o substituiria futuramente. Influenciado por pensamento de Kant, Brentano, escolástica, Bolzano, Descartes, Leibniz e empirismo inglês, corrige sistemas anteriores na intenção de aproximar a filosofia de algo mais certo e próximo da ciência. Afastou um pouco o pensamento da mera especulação. Por outro lado, influenciou Heidegger, Scheller, Sartre, Merlau-Ponty, Ortega y Gasset, Edith Stein, Eugen Fink e outros. Entre suas ideias estão a redução eidética, epoché, noema, noesis, experiência antepredicativa e outras. Rompe com a orientação positivista de seu tempo. Tinha grande inclinação matemática, escrevendo sobre o conceito do número e a filosofia aritmética, baseando-se numa base psicológica da matemática. Fala também de presentações própria e impróprias. Publica em 1900 “Investigações Lógicas”. Faz um novo estilo de filosofia kantiana ou transcendental. Em primeira fase de cátedra, não teve muito aopio de colegas, uma vez ganhou na justiça o direito de cátedra. Depois dá a volta por cima e chega a ser Doutor Honoris Causa na Universidade de Bonn. Para as suas conferências, certos pensadores vinham de for a prestigiar, como o caso de Rudolf Carnap. Mas com a chegada de Hitler no poder, teve de se afastar da Universidade, uma vez que era judeu, e recebe visitas de filósofos e é convidado a falar na Sociedade Cultural de Viena, falando sobre o tema: “A filosofia na crise da humanidade europeia”, tratando ainda sobre a crise da fenomenologia. Tinha algo meio místico em seu pensamento. Lembra Pizzinga1: “Seja como for, ensinam os fenomenólogos o que os místicos e metafísicos sempre souberam: o processo eidético e, posteriormente, a fase transcendental só conduzirão a êxito, se o pesquisador eliminar todo e qualquer conceito apriorístico, concebido ou apre(e)ndido, e colocar entre parêntesis até a própria existência da consciência. Neste mágico momento, então, com a mente livre de teias aracnídeas e de coisismos [pre]conceituais de qualquer ordem, o Eu, livre, pode penetrar, absorver, sentir, vivenciar e conceber o próprio Eidos”. E “Nas esferas espiritual, mística e/ou Iniciática, a depender do grau vibratório e do transcendentalismo da própria experiência, o buscador sincero poderá ter a nítida sensação de se ter tornado um-com-o-Eidos”. Mas tendo em vista perseguição nazista, seus escritos sofreram risco de se perderem, e eram nada mais nada menos que 40000 páginas, de modo que um padre franciscano, Herman Van Breda, os pegou clandestinamente e transportou até o Instituto de filosofia católico em Leuven, Bélgica, onde foram criados os arquivos Husserl. Depois, com os arquivos veio um renascer de seu pensamento em Itália, França e EUA. Faleceu em 26 de abril de 1938, com 79 anos.