O anjo da sarça ardente, o sopro e a morte descrita na Bíblia, do ponto de vista espiritual
“E apareceu-lhe o anjo do Senhor em uma chama de fogo do meio duma sarça. Moisés olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia. pelo que disse: Agora me virarei para lá e verei esta maravilha, e por que a sarça não se queima”. (Ex. 3:2-3)
“Disse também o Senhor a Moisés em Midiã: Vai, volta para o Egito; porque morreram todos os que procuravam tirar-te a vida”. (Ex. 4:19)
“E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente”. (Ex. 2:7)
Em filmes bíblicos se retrata geralmente Moisés (Mosheh) presenciando a sarça ardente, mas na Bíblia se fala em um anjo. Por curioso que seja, esse anjo ou mensageiro é escondido e se coloca diretamente o Senhor em contato com o profeta. Essa sarça representa aquele que é humilde, uma pessoa comum, e foi um desafio a Moisés nesse sentido. Frente ao Senhor ele teve de mostrar seu coração ardente, em uma paixão pelo Senhor nunca satisfeita. Moisés assim conheceu a qualidade da gente simples. O mesmo se diga com Yeshua (Jesus), que também se dirigia a pessoas simples, e ao seu coração. Isso levou Moisés a teshuvá, a um arrependimento, ao retorno a Deus.
Como diz o livro cabalístico do Zohar: “Aquele que sopra, expira o que há de dentro de si mesmo”. A alma de um judeu (chave: pessoa que absorve a luz da Torá...) se origina do aspecto mais interior, mais profundo e íntimo de Deus, originando-se do IHVH (Tetragramma). Mas quando se fala que Deus soprou, se usa de uma analogia, pois Ele não tem forma corpórea. Mas pensando-se em pessoa, o ar assoprado surge do fundo da alma, diferente daquele da mera fala. Então, a vontade ou desejo até Deus se mostra de grande diferença. Normalmente as pessoas gastam seu ar em buscar de outros desejos, como no amor de uma pessoa, ou dinheiro, ou poder. Mas com a vontade dirigida em direção ao Senhor, todos os outros oxigênios gastos se fazem secundários ou auxiliares a serviço Dele.
No que se refere a Moisés voltar para o Egito e a relação com a morte de seus perseguidores, na verdade se usa a analogia de “morte”, como pobreza, em certo sentido. O Ego do (Egito), ou o materialismo do mundo, afasta de Deus e da espiritualidade. Assim a pessoa fica pobre ou morta. Yeshua (Jesus) disse que os mortos enterravam os seus mortos. A pobreza espiritual é a morte nesse sentido. Outra analogia que se faz nos estudos é que essa morte é “caret”, pena de morte espiritual, para o pecador que não se arrepende e nem faz atos como caridade, jejum, oração, dia do perdão etc. Essa morte espiritual seria de se viver em 50 ou 60 anos, e dali não passar, ou sofrer, ou ter uma vida cheia de pobreza. Essa é a morte que muitas vezes se fala nas Escrituras. Por fim, a Bíblia usa de linguagem humana para se referir a coisas espirituais.