PHILIPPE PINEL (1745-1826)
Philippe Pinel nasceu em 20 de Abril de 1745, em região francesa de Tarn, mais especificamente Saint-Paul-Cap-de-Joix (ou Saint André, cantão de Alban), filho de cirurgião (barbeiro), e por parte de mãe com vários cirurgiões e médicos na família, estudando latim e religião em oratório, tanto em colégio Lavaur, quanto em Esquille, recebendo ainda as ordens menores, e por algum tempo ensinando teologia, mas abandona a carreira para ir a Toulouse, onde estuda Matemática e Medicina, esta última que mais marcou ele em sua fama, haja vista seu estudo e tratamento de enfermidades mentais. Dizem que se interessou pela área após perder um amigo que padecia do mal e fugiu para a floresta, sendo devorado por lobos. O pai da Psiquiatra, fez a primeira classificação de enfermidades mentais, considerando na época curáveis uma série de pessoas classificados como “alienados” ou “loucos”. Também estudou em Montpellier. Ademais, lecionou ainda matemática. Participou na Revolução Francesa, e ainda esteve ligado a construção de um asilo para tratamento de doentes mentais. Trabalhou na clínica de Belhomme em Cheronne, e também nomeado médico do manicômio de Bicêtre. Lá, com auxílio de Pussin, tratava os deficientes se dedicando a parte de sua razão que ainda restava, espécie de tratamento moral. Em 1795 foi médico de outro hospital, em Salpetriere, onde aplicou as mesmas reformas, a fim de melhorar os tratamentos. Baniu tratamentos antigos como sangrias, purgações, ventosas, vômitos etc. Mas mesmo depois não lhe deram tanto crédito, tratando os doentes como criminosos ou endemoninhados. Em 1796 escreveu a “Nosografia Filosófica”, que fazia assim a classificação das enfermidades mentais. Vincula assim o método analítico com a tradição de Hipócrates, médico do qual já tratamos. Baseia em muito no pensamento também de Locke e Condillac. Sua classificação já distinguia entre melancolia, mania, mutismo e demência. Sobre as causas desses males, ele entendia que podia ser causas físicas, herança ou/e causas morais. Por exemplo, paixões ou excessos poderiam ocasionar os males mentais. Apresentou também trabalhos matemáticos sobre a anatomia humana. Foi amigo do médico e filósofo Cabanis, ademais. Esse Cabanis que o introduziu nos salões da Senhora Helvetius, a viúva do do filósofo. Por lá conhece o embaixador americano, ninguém mais que Benjamim Franklin. A Madame Helvetius reunia em casa um grupo raro de pensadores, os chamados “ideólogos”. Casou-se com Jeane Vincent em 1792, tendo com esta três filhos, dos quais um segue também a vocação da medicina, Scipio, que também era da área do pai. Fica viúvo em em 1811, casando-se pela segunda vez em 1815 com Marie Madeleine Jackelin Lavalle. Traduziu ainda livros de medicina e dirigiu a Gazette de Santé. Escreveu seu Tratado médico-filosófico de análise aplicada a Medicina. Professor de física médica e saúde. Nomeado “Médico consultor do imperador”. Padeceu de demência e faleceu em 25 de Outubro de 1826, em Paris.