Friedrich Wilhelm Nietzsche, batizado em homenagem ao rei da Prússia, nasceu em 15 de outubro de 1844, em Röcken, uma pequena cidade da saxônia prussiana, Alemanha, e depois se nacionaliza suiço. Filho de pai pastor, Carl Ludwig e Franziska Oehler, bem como avô e gerações de pastores, ele desde criança brincava e era chamado de pequeno pastor. Seu pai falece quando ele ainda era pequeno, com 6 anos, e assim a família tem de mudar de casa, e é cuidado pela mãe. Também um pequeno irmão falece em seguida, e ele achou que teve sonho premonitório, uma vez que nesse viu um órgão tocando algo fúnebre um dia antes. Sua família ainda era composta de irmã Elisabeth, sua avó Erdmuthe e duas tias, Auguste e Rosalie. Por ter dotes intelectuais, recebeu bolsa aos 14 anos para estudar em Pforta. Tinha fama de pequeno pastor, estudou latim e grego, mas na adolescência abandona o cristianismo. Estudou o ginásio em Naumburgo. Certo dia ele conversava com amigos sobre o corpo e sobre um herói de Tito Lívio, que enfia mão em braseiro, dizendo que o corpo não é nada para quem deseja a glória, e assim Nietzsche também acendeu um punhado de fósforos e queimou a palma da mão sem demonstrar dor. Estudou filologia clássica nas Universidades de Bonn e Leipzig, e aos 24 anos já tinha cátedra na Universidade da Basileia, mesmo sem doutorado, verdadeira exceção, mas entrando em choque com o academismo. Em Bonn que participou de uma fraternidade ou sociedade secreta, a Burschenschaft (Bucha) Frankonia. Mas abandonou por atrapalhar em seus estudos. Escreveu artigo criticando o ambiente acadêmico e até algo em relação a Hegel. Seu interesse pela filosofia apareceu quando ele leu algo de Schopenhauer. Na juventude foi amigo do músico Richard Wagner, a quem admirou mas depois rompe amizade. Ele em Pforta leu Platão, Ésquilo, mas gostava também de música, de Hölderlin, e chega a tocar piano. Também se dedica a estudos germânicos, como a Irmãos Grimm, Eddas, poemas nórdicos etc. Mas começa a sofrer com sua debilitada saúde, com problemas que vão desde dores de cabeça e estômago, dentre outros males. Na Universidade de Bonn ele ingressou com amigo Paul Deussen, que um dia seria professor de Filosofia e admirador de Schopenhauer, mas não compartilhava o pensamento de amigo Nietzsche. Na filologia ele era discípulo predileto de Wilhelm Ritschl. Em 1867 Nietzsche entra para o Quarto Regimento de Artilharia de Campo, mas se feriu em exercício a cavalo, e teve infecção em ferimento no peito. Depois ele renuncia a nacionalidade prussiana para adotar a cidadania suíça. Um fato que pesquisadores descobriram é que Nietzsche, apesar de se dizer polonês, tem apenas ascendentes alemães, e assim não é polaco. Na Suíça também é convocado a serviço militar, mas não para o combate, por ser recém naturalizado, e sim para ser enfermeiro, mas contrai difteria e volta a Basileia. Aos 30 ele já é um homem enfermo e com certo desencontro afetivo. Rompeu amizades, seu trabalho de filologia não agradou, bem como seu gênio crítico deve ter afastado, e chega a pedir uma jovem holandesa, Matilde Trampedach em casamento, mas sem resultado. Sobre a aparência de Nietzsche, ele mantinha o bigode em estilo militar, pois o foi mesmo, e tinha cuidado do terno no alfaiate, mas levava certo azar. Assim foi com a paixão em relação a Lou Salomé, que também era mulher de vanguarda, e que disse “de que estrelas caímos para nos encontrar?”, e gostava do pensamento de Nietzsche, trocavam cartas, mas a irmã dele era contra e por fim o seu amigo Paul Rée a seduziu e foi preterido no romance. Mas Salomé casa com homem mais velho e se torna psicanalista, sendo contra relação sexual, que entende uma degradação vulgar da libido. Afastado por motivo de saúde, Nietzsche vai a Sils-Maria e ainda faz caminhadas, e mesmo escalada. Leu também Spinoza e ouvia quando em Turim, a música de Carmem, bem como a admirar obras de arte pagã. Sua crítica ao cristianismo e admiração pelo dionisíaco, bem como a doutrinas como o eterno retorno, também marcam seu pensamento. A filosofia de Nietzsche é marcada principalmente pelos pré-socraticos, como Heráclito e Empédocles, elogiando ainda outros, como cínicos. Era um crítico de Platão e Sócrates, e chegou a dizer que esse último era feio e que acabou com a filosofia. Também foi amigo do historiador Jacob Buckhardt. Afastou-se do cargo de professor por sua voz ficar inaudível aos alunos. Procurou climas agradáveis para recuperar a saúde. Uma lenda que também é divulgada que ele contraiu sífilis, mas pesquisas mais recentes dizem que teve um cancro no cérebro, que pode ter sido dessa origem. Outra lenda é que teria sido antissemita, mas em verdade sua obra foi deturbada pela irmã, que a deu para Hitler e ainda teria dado a bengala do pensador. Mas ele escreveu inclusive contra antissemitas. O sucesso de Nietzsche veio quando um professor dinamarquês divulgou sua obra “Assim falou Zaratustra”. Também seu uso de drogas se devia de forma medicinal, e possivelmente para reduzir as dores. O ópio outras substâncias. Mas ele fazia longas caminhadas e tinha antes gosto pela natação. Sobre a saúde, o que não se fala que até os 17 anos ele tinha, segundo ele, crises de epilepsia, mas sem perdas de consciência. E a dor de cabeça se devia a severa miopia, que não parecia corrigida. Teve mais problemas e conflitos com a irmã ainda, quando ela se casou com um antissemita. Mas quando Nietzsche está em Turim, e um filme brasileiro retrata isso bem, “Dias de Nietzsche em Turim”, ele tem o colapso e manifesta a crise de loucura, se abraçando um cavalo. Nietzsche é assim cuidado por 11 anos pela mãe, em estado de demência, até que acaba por falecer em 25 de agosto de 1900.