Mariano Soltys
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FRIEDRICH SCHLEIERMACHER (1768-1834)
 
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Friedrich Daniel Ernst Schleiermacher nasceu em 21 de novembro de 1768, em Breslau, Silesia, hoje Polônia, filho de um clérico calvinista e capelão militar de Frederico o Grande. Educou-se em escolas luteranas e moravianas. Admirava a piedade e o estudo de latim, hebraico e grego dos moravios. Também estudou a filosofia de Kant e ainda foi estudante de F. von Schlegel. Ordenado no ministério aos 26 anos, sendo clérico em Igreja da Trindade, em Berlim, e tendo associação com círculos romancistas. O primeiro calvinista a estudar na Universidade Luterana de Halle, e primeiro teólogo a ensinar na Universidade de Berlim. Defendeu a união de igrejas calvinista e luterana, na Prússia. Baseava sua teologia na experiência religiosa. Seu sistema é influenciado ainda por Spinoza, Fichte, Goethe e Platão. Um ecumenista consumado. Também foi tutor da família do conde Dohna na Prússia Oriental, e posteriormente ministro na cidade de Lansberg. Ele traduziu obras de Platão para o alemão. Colaborou com o Atheneum dos românticos. Suas obras mais notórias foram “Discursos sobre religião” e “Monólogos”. Mas em especial “Doutrina da fé” ganha relevância na dogmática protestante. Também se publicou aulas referentes a dialética, ética e estética. Segue também em alguma forma Agostinho, entendendo o conhecimento indissociável de Deus. Assim sua obra principal pode ser também em dois volumes, o “Compêndio da fé cristã segundo os princípios da Igreja Evangélica”. Uma dependência absoluta do ser finito ao Infinito Deus. Para ele a religião é a relação do homem com o Todo. Dilthey dividiu em quatro fases sua atividade literária: manuscritos de juventude, fase da intuição, época crítica e por fim uma fase sistemática. A imortalidade é a imortalidade da união da essência de Deus com a natureza humana, na pessoa de Jesus Cristo. Na sua vida amorosa, disse que teve relações românticas com duas mulheres casadas, Henriette Julie Herz e Eleonore Grunow, estas casadas com pastores. Mas em 1809 ele se casou com Henriette von Willich, de apenas 19 anos, que dizem tinha tendências ocultistas, e que era viúva de pastor Ehrenfried von Willich, e ainda mãe de dois filhos e teria ainda mais quatro filhos. Deus também para ele não é separável do mundo. Sua concepção tem raízes em Plotino e na mística cristã, superando contradição entre teísmo e panteísmo. Uma religião para o infinito. A intuição levaria a esse infinito. O finito dependendo do infinito. Também trata de hermenêutica. Dividiu a filologia em hermenêutica e crítica. Lembra Barth1: “ Poder-se-ia talvez encontrar uma explicação da teologia moderna, tal como a entende Schleiermacher, no fato de que a partir de certas premissas próprias dos séculos XVII e XVIII, ela teria se tornado unicamente uma teologia do terceiro artigo; ao declarar-se do Espírito Santo, ela se acreditava autorizada, sem se dar conta de que o terceiro artigo não é mais que uma explicação do segundo, uma maneira de precisar o que Jesus Cristo significa para nós”. Faleceu em 12 de fevereiro de 1834.

 
1BARTH, Karl. Esboço de uma dogmática. p. 89.
Mariano Soltys
Enviado por Mariano Soltys em 16/02/2017
Alterado em 16/02/2017
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