MARC BLOCH (1886-1944)
Marc Léopold Benjamin Bloch nasceu em 6 de julho de 1886, em Lyon, França, no seio de uma família judia, filho do professor de história antiga, Gustav Bloch e de Sarah Ebstein. Estudou na École Normale Supérieure e na Fundação Thiers em Paris. Estudou ainda em Berlim e Leipzig. Serviu na infantaria como Sargento na primeira Guerra Mundial, alcançando o grau de Capitão e sendo condecorado com a ordem nacional da Legião de Honra. Dali em 1919 que começou a carreira na história medieval na Universidade de Estrasburgo, onde teve amizade com Lucien Febvre, publicando em 1920, “Reis e servos”. Foi um historiador especializado na França medieval e fundador da Escola dos Annales (de história econômica e social). Apesar de judeu, se considerava francês, e era estranho a toda solidariedade judaica e formalismo confessional. Fez em 1930 uma série de conferências em Oslo, onde tratou da história rural francesa. Em 1936 sucedeu a Henri Hauser como professor de história econômica em Sorbone. Escreveu sobre o sobrenatural do poder real, aplicando pela primeira vez um método interdisciplinar, usando de economia, psicologia, e sociologia. Ele plantou uma nova história, fundada no social e econômico. Em 1940 publicou “A sociedade feudal”, em 2 volumes. Assim surge um excelente material sobre a história da Idade Média. Escrevia obras importantes, como uma sobre a derrota da França para a Alemanha na Segunda Guerra Mundial, chamada “A estranha derrota”, e uma “Introdução a história”. Um dos ramos da Universidade de Strasburgo passou a se chamar em 1998 de Universidade Marc Bloch. Mas as principais obras de Marc Bloch são: Os reis taumaturgos, Os caracteres originais da história rural francesa, A sociedade feudal, que se dividia em dois volumes: A formação dos vínculos de dependência e As classes e os governos dos homens. Também obras “A estranha derrota”, “Introdução a história” e “A construção da ciência histórica”. Mas obra que ganha destaque é “Os reis taumaturgos”. Essa obra trata do poder de milagre e curas operado pelos reis franceses e ingleses. A cura se realizava pela imposição de mãos em um único gesto. Assim ele atribui a um fator psicológico e mental muitas dessas ocorrências, o que faz pensar em certo magnetismo ou mesmo paranormalidade, apesar de a parapsicologia existir desde 1930, em Rhine. Mas Bloch parece mais cético. Mas os místicos usavam de taumaturgia, muitos santos católicos. Também Cristo teria ordenado para curar enfermos e expulsar demônios, o que mostra que os reis estavam inseridos dentro desse contexto cristão, e que Bloch tentava desacreditar, mas não negava o fenômeno, apesar de ver a cura mais pela natureza. Porém, fraternidades místicas e iniciáticas sempre ensinaram a taumaturgia, e desde Essênios e Terapeutas ela existe, depois com rosacruzes, talvez os reis praticando algo de uma tradição semelhante. Mas em outubro de 1940 o governo de Cichy aplicou leis racistas, e exlui Marc Bloch por suas origens familiares. Assim morreu fuzilado pelos nazistas depois de ser torturado, por haver participado da resistência francesa, e faleceu em 16 de junho de 1944, sendo suas últimas palavras: Vive la France.