THORSTEIN VEBLEN ( 1857-1929)
Thorstein Bunde Veblen nasceu em 30 de julho de 1857, em Cato, Wisconsin, nos EUA, numa granja, filho de imigrantes norueguenses, quarto menino de seis filhos, filho de Thomas Veblen, homem calado e de trato duro, e de Kari, mulher muito apaixonada e cordial, que implantou em filho o gosto por sagas e lendas da Islândia e Noruega. Thorstein foi um sociólogo e economista, passando a maior parte de sua infância na granja da família, em Minnesota, ingressando na escola aos 5 anos de idade, até quando falava mais norueguês, tendo uma família de grande êxito e de trabalho duro. Fundador da escola institucionalista americana, com John R. Commons, ficando conhecido por sua teoria sobre a classe ociosa. Sai do núcleo familiar em 1874 para estudar em Carleton College, aos 19 anos. Licenciado em Filosofia pela Universidade John Hopkins, na direção de Chales Sanders Peirce, e tendo doutorado em Yale, com a tese sobre “Fundamentos éticos para a doutrina retributiva”. Não encontrando trabalho como professor, acaba se matricular na Universidade de Cornell, conhecendo Laughlin e ingressando no departamento de economia da Universidade de Chicago. Utiliza na sua obra um pouco da influência de darwinismo, e criticou a ostentação das classes mais favorecidas. Apesar de ser um clérico luterano, seus sermões não se dedicavam a conversão, mas sim a tratar de tom científico, falando de canibalismo e depravação em geral. Seus professores perceberam o talento. Foi em Charlestou que se apaixonou por Ellen Rolfe, sobrinha do presidente da Universidade. Ela era intelectualmente muito evoluída, e ela a lia as obras de Spencer. Casaram-se em 1888, mas sua convivência se tornou difícil, haja vista a personalidade solitária de Veblen, não tendo a atenção e carinho necessários para com ela. Veblen chegou a ser contratado na academia de Monona, de Wisconsin, porém um ano mais tarde foi fechada. Também ele chegou a contrair malária em Baltimore, estando em momento de constante leitura, lendo tudo que lhe caía nas mãos, como folhetos políticos, livros de hinos religiosos luteranos, tratados de antropologia, economia, sociologia etc. Nesse tempo já possuía o doutorado em Yale. Ele era muito avesso aos costumes usuais, parecendo ser de outro planeta e os outros para ele era muito estranhos. Ele não possuía amigos. Mesmo Ellen não podia lhe dar a companhia e o amor. Tentava emprego, mas por não ter teologia, não lhe era dada oportunidade nos colégios religiosos. O tio de Ellen era presidente de uma companhia ferroviária, porém a companhia quebrou. Ele era um tanto agnóstico, e isso lhe afastava das oportunidades. Mas ao estudar Economia as coisas melhoraram, e lá em Chicago teve mais chance, recebendo um soldo anual e maior aceitação, haja vista ambiente mais liberal. Veblen escreveu o seu primeiro livro quando possuía 42 anos. Nosso comportamento econômico segue assim mais o irracional. A classe inferior assim apenas imita a superior, não se dedicando a destrui-la. Divorcia-se de sua esposa em 1911, mas em 1914 tem segundas núpcias com Ann Bradley, sendo o padrasto de suas filhas, Becky e Ann. Mas perde essa esposa em 1920, ela após sofrer de crise nervosa, e ser internada em sanatório, sofrendo de mania, Veblen cuidando de suas filhas, a acompanhando Becky até sua morte. Foi tio do matemático Oswald Veblen. Mantinha discussões com intelectuais como Dewey, Jane Addams e Franz Boas. Teve fama com seus livros pela ridicularização dos homens de negócios. Sua roupa estava muitas vezes desarrumada e sua casa com roupas de cama sem fazer, desorganizada. Era um tanto grosseiro com as pessoas. Com a chegada da guerra presta serviço na administração de produtos alimentícios. Tinha certa inclinação ao socialismo. Também criou o conceito de curiosidade ociosa. Faleceu três meses antes da crise econômica de 1929, em 3 de agosto do ano, aos 72 anos de idade, em Palo Alto, São Francisco, Califórnia, EUA. Seu corpo foi queimado, conforme sua última vontade, sem ritos religiosos, e suas cinzas foram jogadas no mar.