TEOFRASTO
Teofrasto Ereso, ou Tirtamo, foi um filósofo da Grécia antiga, continuador da escola de Aristóteles, que nasceu em torno de 372 antes de Cristo, em Ereso, Lesbos, e entendia de psicologia, botânica, física, geologia, política e metafísica. O apelido foi dado por Aristóteles por suas habilidades de oratória. Em sua vida, deste modo, recebe uma primeira lição de filosofia em Lesbos, de Leucipo, e foi para Atenas e entra para o círculo platônico. Com o falecimento de Platão, liga-se a Aristóteles, e tem amizade com Calístenes, que foi aluno e companheiro de Alexandre Magno. Apesar de ser tutor de filhos de Aristóteles, e ter ficado com sua biblioteca e suceder a escola, o mesmo em diversas idéias discordou do mestre, e isso era normal e não resultava em separação entre os mestres. Com sua nomeação em testamento de Aristóteles, acaba por desagradar a Aristóxeno. Assim ele comandou a escola peripatética ou de Aristóteles por 35 anos, e possuía em torno de dois mil alunos, e sua casa com jardim se tornaram lugar permanente de estudo, mesmo após sua morte. Ele desenvolveu diversos teoremas para a lógica proposicional, da lógica modal e silogismos, mas sua obra mais importante é Caracteres, apesar de ter grande importância como o pai da botânica, a obra sobre as plantas. Assim classificou os tipos psicológicos, numa espécie de caracterologia ou morfopsicologia. Tem uma vasta obra, mas da qual em muitos trabalhos apenas restaram fragmentos. O respeitavam Filipe II, Cassandro e Ptolomeu, alem de ter Menandro entre seus alunos, que foi um poeta cômico. Influenciou a ciência e foi um grande divulgador de conhecimentos sobre a biologia, física e outros tantos saberes. Até o renascimento suas obras sobre plantas eram referência principal. Muitos dos fragmentos de suas obras estão na obra Analecta Theophrastea, de J.G. Schneider e F. Wimmer, ou em obra de compilação. Ele via os judeus como um povo sírio, e se refere aos mesmos como os que sacrificavam animais e si mesmos, ao deus Moloc, quando se desviavam de Jeová, e que o faziam a noite e com mel e vinho, observando as estrelas. Teofrasto também defronta contra a medicina e médicos de seu tempo, os rhizotomi. Teofrasto também descreveu em torno de 500 plantas em detalhes, com descrições de habitat e distribuição geográfica. Termos que usou como Crataegus, Daucus e Asparagus, estão até hoje em uso. Disse antes de morrer: "Nada tenho a declarar em particular, a não ser que, como a vida demonstra, muitos prazeres são mera aparência. Com efeito, mal começamos a viver e logo morremos. Nada é mais nocivo que a ambição desmedida. Desejo-vos boa sorte, e renunciai à minha doutrina, que custa muitas fadigas, ou dedicai-vos a ela denodadamente, porquanto a glória é grande. A vida proporciona mais decepções que vantagens. Mas, agora que já não é possível deliberarmos sobre a conduta reta, escolheis vós mesmos o que deveis fazer". Faleceu com 85 anos de idade, em 287 antes de Cristo. Os atenienses assim o renderam homenagem em funeral público, como qualquer outra pessoa muito importante de seu tempo.