ABU ZAYD’ABD AL-RAHMAN IBN MUHAMMAD IBN KHALDUN AL-HADRAMI (1332-1406)
Abu Zaide Abdal Ramane ibne Maomé Ibn Caldune Alhadrami, no árabe: عبد الرحمن بن محمد بن خلدون الحضرمي nasceu em 27 de maio de 1332, em Túnis, Tunísia, de uma família de classe alta, que teria emigrado da Sevilha, da Espanha muçulmana. Conhecido como Ibn Kaldun foi um historiador, economista, matemático, estrategista militar, astrônomo, teólogo, jurista, advogado, filósofo, nutricionista e estadista árabe. Escreveu uma espécie de enciclopédia ou história universal, e um dos precursores da moderna economia, ao lado do indiano Cautília. Antecipou muito do conhecimento em ciências sociais. Foi conhecido como prolegômena. Seus antepassados eram bem conhecidos e respeitados. Porém, alguns acham que sua família assumiu que era árabe para ter ascensão social. Ele começou a estudar em sua cidade, onde esteve a serviço do sultão egípcio Barquq. Depois migra para Fez, de modo que se envolve em lutas políticas e tem necessidade de se refugiar na Argélia, por três anos. Foi recebido por Ibn AL Ahmar que o aceitou por favores em troca em Granada, e assim excita o ciúme do vizir, que envia Ibn Kaldun de volta a África em 1364, onde um antigo companheiro de prisão seu, o agora sultão de Bougie, de dinastia Hafsid, o recebe bem. Foi porém quando estava em estadia em Argélia que escreveu sua grande obra, a “Introdução â História”, onde tratou dos diversos assuntos, em verdadeira enciclopédia de assuntos. Profissionalmente ele desempenhou cargos de juiz e professor, lecionando na Universidade de Al-Azhar. Tinha uma personalidade forte. Prestou grandes serviços a Abu Salem Ibrahim III, sucessor de Abu Inan. Ele como foi filósofo conhecido como adepto do positivismo, pressupondo a existência de leis imutáveis e universais como justificação de fenômenos sociais e econômicos. Ele abordou temas como tributos, alfândegas, agricultura, preços etc. Preconizou a sociedade em divisão de classes, como agricultores, nômades etc. Era um tanto materialista histórico. Kaldun foi um precursor da sociologia. Foi na sua peregrinação até Meca que conheceu o sultão, Barcuque, e por lá se torna um cádi de escola de jurisprudência, no Cairo, Egito. Remove assim muitos abusos da justiça do Egito. Mas tragicamente, o navio que vinha até lá com sua esposa, filhos e bens afundou, e todos desapareceram. Assim volta a escrever sua obra de história. Foi afastado do cargo de jurisprudência e se dedica mais a obra, após trágico ocorrido. Voltando a peregrinação a Meca consegue o cargo de cádi, mas por cinco vezes foi removido e readmitido. Os últimos anos de sua vida foram no Egito. Faleceu no Cairo, no dia 17 de março de 1406. Está sepultado no Cairo.