Justo e bom Mariano Soltys, advogado e filósofo
A ética na filosofia é muitas vezes relacionada ao que é justo e bom. Uma pessoa justa é logo percebida, pelos seus atos, ademais, mesmo vista pela pessoa que nunca ouviu falar ou conhece a filosofia. Desta forma, o que ocorre é que a honestidade pode ser estudada e compreendida, mesmo sistematizada. A vida social requer que dentro da liberdade se respeite o outro. Aristóteles disse que somos animais sociais, Freud que temos impulsos que se conflitam com as restrições da lei. Mas tudo isso envolve o relacionamento inter-pessoal, e seja o relacionamento na escola ou no trabalho, se exige ética.
A ética não é tão simples, quando se estuda a moral. O justo e bom parece ser óbvio, e é muitas vezes homenageado na TV ou em redes sociais, mas se trata em verdade de algo humano no convívio social, e necessário. Além da lei que pune as situações mais graves de violação ética, existe algo sutil na ética. O justo e bom envolvem de fatores adicionais. Entre esses fatores estão a lealdade, a integridade, a transparência, a responsabilidade, o respeito e mesmo a cidadania. A moral se relaciona mais a pessoa e ao seu bem estar, mesmo a cumprir costumes de determinada localidade ou sociedade. Logo, ser justo e bom devia ser universal, mas pode variar de uma comunidade religiosa, para uma comunidade alternativa ou underground. A Internet acabou abrindo muito a diversidade de culturas e costumes, e as pessoas buscam inovar em seu particular. Um fator central talvez seja a responsabilidade, em se assumir ser digno e capaz de entender uma regra moral ou social. Assim, na escola se deve respeitar os colegas, os professores e diretoria, independente de opinião ou conflito. Kant via a regra acima de temas pessoais. Deve-se usar em tudo isso da razão acima da emoção, em especial de emoções negativas, como ódio, inveja etc. No trabalho também se deve respeitar o chefe/líder, colegas e demais pessoas, a fim de que se mantenha a relação e emprego, resultado de um conjunto e união de esforços.
Ser justo e bom pode ocorrer sem homenagem, mas como um dever em si para com a sociedade. A ética é uma ciência, uma forma que pode ser estudada e praticada de forma metódica e prática. A ação depende de escolhas que se faz com a razão. Mesmo com fé. Agostinho de Hipona unia razão e fé, e não há problema algum nisso. Ser justo e bom é mais que um destaque e raridade, mas deve ser uma regra obrigatória em sociedade, para que esta se mantenha sem caos ou guerra.