A quarentena da reflexão
Quando pensamos na filosofia, muitas vezes vem algo chato ou difícil a nossa memória. Mas nos tempos que passamos, em quarentena, muito se fala de filmes críticos, séries questionadoras, ginástica em casa ou mesmo um modo de vida. Isso tudo já foi de certo modo pensado por filósofos, desde o tema da morte, como a questão do corpo e da alma. A filosofia está mais presente do que nunca. Mesmo que não se identifique em qual pensador algum filme ou série está tratando, pode apostar que ali tem muito de pensamento filosófico. Não raro se percebe um existencialismo, fenomenologia, pragmatismo e tantas outras escolas em uma produção da arte, no caso um filme ou uma série. O perfil de obras mais questionadoras começa a ser buscado, como “Parasita’ e “O poço”, além de uma mera indústria cultural, que se vê na maioria dos filmes e séries. Desta forma, não se pode negar a filosofia presente nessas produções, para quem sabe ver. O mesmo se diga da ginástica, que era praticada por gregos e filósofos, de modo que todo um perfil está presente naquele povo que criou as Olimpíadas, de modo que o que as pessoas fazem em casa, já era praticado séculos antes de Cristo por gregos. Assim, a quarentena foi e será da reflexão, onde as pessoas se trancam na casa de suas mentes.
Os desafios da ciência frente aos fundamentalistas
A ciência fala através de um representante sobre os riscos de uma aglomeração de pessoas para o Coronavírus, ou Covid-19. Mas mesmo assim o representante da nação, talvez por alguma teoria de conspiração ou conselho de líder religioso, faz dos conselhos científicos, algo sem importância. Outro homem disse que para a economia melhorar, se teria de sacrificar os idosos. Nada mais sinistro e diabólico. Frente à lavagem cerebral dessa teocracia pouco se pode argumentar, uma vez que não vem de argumentos, mas do irracional. A filosofia sempre teve na razão o seu motivo, e a ciência nisso e na prova empírica. Já algum religioso acaba por achar que ali não há nada, que pode haver uma conspiração. Na verdade tanto a ciência pode ter seus erros, quanto à religião. Na verdade o confinamento acabou unindo famílias em um mesmo lar. Se a finalidade era lutar pela família e a pátria, aconteceu mesmo por meios inesperados. A pandemia mundial está aí para ensinar a humanidade a mudar do seu egoísmo, para um perfil de mais amor ao próximo, não mais construindo o bezerro de ouro que leva a morte e ao pecado. Logo o líder da nação tem de repensar até onde muitos serão sacrificados se levados para um grupo de pessoas, com mais riscos de contágio. A ciência assim tem de chegar à linguagem popular, e também ver que existe certa limitação de sua amplitude, como já havia mostrado Popper. Mas também não pode chegar ao irracional. A religião também deve ser racional e ouvir teólogos e estudiosos da Bíblia, para não cair em armadilhas de lavagens cerebrais, que podem sacrificar pessoas. Mesmo assim o Logos, a razão, está tanto na ciência quanto na religião, pois como disse João, no princípio era o Logos, e o Logos era Deus. Ali estava Jesus Cristo.