Reflexões filosóficas em congresso nacional de teologia
Esteve ocorrendo nessa semana o congresso de teologia nacional de CONATEO, e neste tive um resumo de TCC aprovado para os anais relacionados. O mesmo começou com algumas palestras de apologética, um dos quais é inclusive um dos autores da Bíblia Apologética, que possuo faz uns anos, e que o vendedor disse que não saía muito, uma vez não gostavam dessa Bíblia.
Mas, chegou em determinado palestrante, Roney Cozzer, que não apenas trouxe a questão filosófica importante na teologia, mas também o diálogo interdenominacional, a superação de engessamento teológico, o uso da razão junto a fé, a valorização da vida, contra dogmas pessoais e ortodoxia, contra a postura medieval de igrejas, e este teólogo, com muita propriedade e clareza tratou do tema teológico. Ele de certo modo mostrou os desafios a que vivem as igrejas evangélicas, pentecostais, e mesmo neopentecostais no Brasil, com posturas que não estão muitas vezes de acordo com a realidade, que não são bíblicas, e muitas vezes até prejudicam. Ele falou do caso de um pastor que disse “o que vamos fazer contra quem não está dizimando”, de modo a ser uma igreja que age de modo insensível, até mesmo desumano. Disse que no tempo de Jesus se compartilhava o dinheiro, e não se usava para mais propriedades da igreja. Tratou de ser contra os ataques a desigrejados, e contra pessoas que na internet usam para excluir pessoas de suas igrejas. Aprender com os outros para ele é viável, numa transdiciplinaridade. O católico aprender com o evangélico, e o evangélico com o católico, ou de outras tradições, pensei. Ele disse sobre Papa Francisco: “o Papa mais crente que eu vi na minha vida”. Ele usou um livro chamado “A Hermenêutica do Espírito”, de Graig Keener, que trata desse modo transdisciplinar, onde o cristão tem a aprender também e dialogar com os outros. Citou ainda Karl Barth, Bultmann, Ricoeur, Nietzsche, Váttimo e outros. John Stott disse que crer é também pensar.
Não se pode colocar o dogma acima da vida humana, das pessoas. Os evangélicos segundo ele têm de levar em conta esses desafios. Também ele criticou o triunfalismo religioso, que promete sucesso e coisas que estão fora da realidade da pessoa da comunidade mais humilde, gerando ainda mais problema a quem frequenta o culto. Mas este palestrante mantém sua fidelidade a Cristo e ao Evangelho, apenas criticando a arrogância teológica. O Congresso também foi muito inspirador e renovador da fé.