UPANISHADES (complemento aos Vedas )

Os Upanishads (उपनिषद्) são a terceira divisão dos Vedas, e levam a suprema sabedoria, e que semelhante a Bíblia, trata de assuntos como a essência e a natureza da Divindade não manifestada e dos deuses manifestados, da origem do universo, da metafísica, da conexão entre espírito e matéria, alma, ego e outras. São explicações ou extensões dos quatro Vedas, de Rig Veda, Yajur Veda, Sama Veda e Atharva Veda. Também não coloca a casta dos brâmanes como superior, mas sim as dos guerreiros. Upanishads significa “sentado perto devotamente”. Também significa o conhecimento de Brahman que destrói a ignorância. Também significa ensinamento secreto.

Assim, é a parte esotérica dos Vedas. Não se sabe quantos são, mas 108 foram conservados. Apesar de serem escritos em vários estilos, estes guardam certa homogeneidade. Todos esses Upanishads poderiam ser reduzidos em um apenas. Claro que não seguem uma ordem lógica de começo, meio e fim, mas mesmo assim guardam ensinos que estão presentes em maioria ou até mesmo em todos. Representam, contudo, o trabalho de santos e profetas. Relatam em muito um conhecimento intuitivo que veio através de visões e pensamentos, não formando um sistema, mas sim uma descrição de experiência. Para estudar esses textos seria necessário um instrutor ou guru, e daí se poderia compreender um pouco do que ali está escrito. Os próprios Upanishads falam de se procurar um mestre e que muitos seriam os que não seria concedido ouvirem Naquele, se referindo a Divindade.

O  mestre assim não apenas explica o conteúdo dos Upanishads, mas também mostra através da prática, na sua vida. Indo para a nossa realidade, não adianta ser teólogo, padre ou pastor cristão, e viver no pecado e na incredulidade. O mestre ou guru teria assim de ter credibilidade e sabedoria. O verdadeiro estudo segundo os Upanishads se relacionando a eles mesmos, é o que leva ao imutável que se percebe neles. O tema desse escrito sagrado é a verdade, e é para ela que encaminha. Eles possuem o Verbo ou o Logos.  Os Rishis, que estão presentes neles, estão totalmente anônimos, não se sabendo sobre a sua vida pessoal Seria como as testemunhas de Cristo, que se preocuparam mais no testemunho do Salvador, do que se fez algum feito para o mundo profano. O sagrado que ganha o valor central nos Vedas e nos Upanishads. Por isso não se sabe quem os escreveu. Reúnem as ideias místicas e monísticas que tanto exercem influência na filosofia hindu e indiana. Também o interessante são os mantras que se encontram nos mesmos. A concepção de Brahman, do Atman, de uma alma divina, presente em tudo e além de tudo. Um filósofo mais moderno que se relaciona muito fortemente com o pensamento hindu foi Schopenhauer, que muitos talvez conheçam relacionado ao que falava Nietzsche, mas que tinha um pensamento também pessimista, e assim influenciou o existencialismo, além de ser um contraponto ao pensamento alemão, presente no Hegel.