Mariano Soltys
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MAHABHARATA (complemento aos Vedas)

 

 

 

Mahabarata é um dos principais épicos hindus, significando o Grande Bharat-Índia, história dos grandes herdeiros de Bharata. Fora o Ramaiana, narrando os acontecimentos resultantes da guerra Kurukshetra, guerra de sucessão entre primos Pandavas e Kauranas, sendo de autoria de Krishna Vyasa, sendo anterior a 2000 antes de Cristo, uma vez proveniente de tradição oral, a que depois resulta no texto sagrado em sânscrito. Composto de em torno de 90 mil versos, a obra fica volumosa, em muitos volumes. Só o índice possui em torno de 46 páginas, e a obra tem em torno de 18 volumes, ou mais, dependendo da edição. Essa Bíblia hindu, de narrativa de batalhas, é muitas vezes pouco conhecida, sendo mais comum se encontrar uma parte dela, chamada de Baghavad Gita, pelas livrarias e sebos, o que se refere a apenas uma pequena parcela desse grande épico hindu, quase um Talmude indiano. Curiosamente, assim como há 18 partes ou volumes em Mahabarata, há 18 capítulos no Baghavad Gita. Mahabarata é o épico mais longo que existe ou o poema épico mais longo já escrito.

 

Contém em torno de 1.800.000 de palavras, sendo dez vezes maior que o épico grego, Ilíada e Odisséia somadas. Pode ser comparado em importância ao Alcorão islâmico ou a Bíblia judaico-cristã, ou mesmo em poesia a obra de Shakespeare, sendo ainda tratado pelos hindus como o quinto Veda. Curioso é que Vyasa, o suposto autor, é também um personagem do épico, sendo ainda escrito pelo deus elefante, Ganesha. O texto era ditado para reis. O texto se mantinha menos organizado que os Vedas, assim mais popular, e sujeito a certo caos e adaptações. Mahabarata começou como um conto de tradição oral de cocheiros bardos. Deuses como Krishma, Saravasti, denstre outros estão presentes. Obre a guerra, segundo historiadores, esta teria ocorrido na idade de ferro, no século 10 antes de Cristo. Nesse tempo, o reino de Kuru, este mais histórico, mas já em 1200 a.C. Mas no geral se pode datar os fatos dos anos 2000 a 4.000 a.C. Mas sobre os dois lados protagonistas da batalha, de Kauravas e Pandavas, a vitoriosa foram Pandavas.  Tudo se resume em desavença de família, herança do trono, um rei cego e outros fatos, relacionados aos deuses, que interagem para o bem ou mal dessa monarquia. Dharma é o deus da justiça, Vayu do vento, Indra dos céus. Há quem tivesse cem filhos. Tem momentos que um jogo de dados decide as coisas. Os dados tinham magia, porque foram feitos com os ossos dos irmãos de quem jogava.

 

Há mesmo um êxodo ou exílio, dos Pandavas, que passam treze anos, recebendo armas dadas pelos deuses, nesse período. Um personagem que aparece na guerra, a que o conhecia já no Bagavad Gita, é Arjuna, tem um impasse curioso: os inimigos são seus primos e parentes, o que o faz meio tentar desistir da guerra. Mas Krishna mostra a Arjuna que a luta é necessária. O Mahabarata mostra meio que uma forma de guerra justa, sendo temas proporcionalidade, meios justos, causa justa e tratamento humanitário aos aprisionados ou feridos. É uma espécie de arte da guerra. Logo se podia usar carruagens apenas para atacar carruagens, e não cavalaria, não usar flechas envenenadas, e não fazer guerra baseada unicamente na ira. Existe um Mahabaratha de estudo, uma edição crítica, dos anos 60, de Bhandarkar Oriental Research Institute. Na cultura do folclore popular, são encenadas as batalhas de Mahabarata, na região de Garhwal. Contudo, o Mahabarata contém uma reflexão filosófica sobre os quatro objetivos da vida. Enfim, parece um grande texto de mistérios e iniciações.

Mariano Soltys
Enviado por Mariano Soltys em 23/01/2024
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